Autárquicas: Rui Dias defende nova ambição para o Município de Ílhavo.

Rui Dias apresentou-se ao eleitorado de Ílhavo como candidato do PSD e para primeira apresentação assume os quatro pilares que vão nortear o projeto social democrata, a construir a partir da auscultação dos cidadãos do Município ao longo das próximas semanas.

O advogado que há 35 anos reside no Município seleciona educação, identidade cultural, sustentabilidade e associativismo como pilares da proposta política que irá apresentar ao eleitorado.

Adianta estar a trabalhar nesses dossiês com especialistas e aberto aos contributos de cidadãos.

Figuras do poder autárquico, militantes e simpatizantes deixaram sinal público de apoio.

Silvério Regalado, Manuel Rocha Galante, Ribau Esteves e Fernando Caçoilo são alguns dos nomes que dão suporte ao novo projeto em tentativa de resgatar a maioria perdida há quatro anos para um movimento independente.

Rui Dias promete uma proposta pragmática que “responda às necessidades do povo e não a vaidades pessoais”.

Como prioridade coloca a educação definida como pilar de qualquer política em qualquer época.

O candidato defende que só uma “comunidade que aposta no conhecimento está a fertilizar bem o terreno onde quer plantar o seu futuro”.

“Esta é a chave para um amanhã mais justo”.

No programa promete detalhar a estratégia mas deixa claro que defende uma visão “mais regional e menos paroquial” do poder como forma de “criar e fixar talento” e captar investimento conferindo escala às políticas.

A apresentação vincou, ainda, a relevância das diferentes variantes de ensino nomeadamente o ensino profissional e os públicos incluindo alunos oriundos de dezenas de países que se tornaram residentes no Município.

“Este principio de valorização de capital humano é válido também para funcionários da autarquia”.

Na identidade cultural defende a tradição marítima e a história “não apenas como memória mas como futuro”.

“Queremos contar essa história de forma criativa”, declara o candidato já depois de citar investimentos do passado que deram visibilidade à tradição marítima em projetos icónicos do Município.

Nas políticas ambientais e na transição para a economia circular, recordou os “desafios climáticos” do presente, as incertezas de um mundo em que “aliados de ontem são adversários de hoje” e em que as bases do direito internacional foram subvertidas.

Fenómenos extremos levam o mundo para o “suicídio ecológico do planeta”, avisa Rui Dias que define este como um dos maiores desafios.

O associativismo mereceu nota de destaque enquanto quarto pilar.

Numa candidatura que faz gala das ligações do cabeça de lista ao mundo associativo, não faltaram referências à criação de um tempo novo na relação com clubes, associações e IPSS.

Em terra com mais de uma centena de coletividades e conhecedor de tensões que marcaram o último mandato, o candidato quis deixar palavra de “gratidão e respeito” deixando claro que um eventual regresso do PSD ao poder garantirá “relação de proximidade” com o tecido associativo.

“Queremos que todos se sintam ouvidos e respeitados e que tenham apoio necessário”.

Numa sessão marcada pelos discursos de Luís Diamantino (presidente da concelhia do PSD) e Emídio Sousa (Presidente da Distrital) ouviram-se elogios ao perfil do candidato e declarações sobre a “unidade do partido”.

Diamantino afirma tratar-se de uma candidatura “agregadora que vai além da família social democrata”.

“Hoje a família Social Democrata caminha num só sentido, confiante nas escolhas. O diálogo com frontalidade e humildade é sinónimo de escolhas fundamentadas e assertivas”.

Um ano depois de ter assumido a liderança da concelhia, e de regresso ao mesmo palco da tomada de posse, ironizou dizendo que foi mais rápido a unir o partido que a autarquia a reabilitar o degradado Cais Criativo da Costa Nova.

A campanha como slogan e palavras fortes “Proximidade, competência e ambição”.

O presidente da concelhia quis vincar a visão reformista apresentada pela candidatura.

“Ambição é o que atualmente não temos na autarquia. Fomos líderes e perdemos essa posição. Rui, Ílhavo precisa da tua ambição”, desafiou Luís Diamantino deixando a críticas à gestão do independente João Campolargo.

Da distrital de Aveiro do PSD surgiu a referência à crise política que levou o país para eleições Legislativas.

Emídio Sousa diz que os calendários foram sobrepostos e que é necessário trabalhar em duas frentes.

Referiu-se a Luís Montenegro como vítima de uma “bolha mediática” construída a partir de Lisboa e salienta que o Governo estava a “governar bem” e a “resolver problemas”.

Sobre autárquicas assume tratar-se de um poder de proximidade em que a estabilidade colhe a simpatia dos cidadãos.

E diz que ser simpático e sorrir não basta para ganhar essa confiança do eleitorado.

“Se o presidente não for sério o povo sabe. O povo sabe tudo”.

Considera fatores decisivos a “experiência” e a “competência” do candidato num quadro de gestão exigente.

“Tem experiência. Liderou e assessorou. Está bem preparado e isso faz toda a diferença”.

Emídio Sousa diz que Ílhavo está em risco de cair porque esse é o desfecho sempre que o “ciclista para de pedalar”.