O MARIA e a Câmara Municipal de Ovar vão colaborar na promoção e defesa do espaço integrado da Ria de Aveiro, "enquanto realidade socioeconómica necessária e indispensável ao desenvolvimento regional e à prosperidade das populações".
O acordo foi alcançado durante uma reunião para apresentação de cumprimentos do Movimento de Amigos da Ria de Aveiro a Salvador Malheiro.
Durante o encontro foram passados em revista alguns dos temas que mais preocupam os responsáveis do MARIA, tendo sido registado com agrado, por ambas as partes, o início dos trabalhos de desassoreamento da Ria.
Tanto o autarca, como o MARIA, concluíram, no entanto, que "seria desejável fazer um pequeno esforço complementar e alargar adicionalmente, em moldes a definir, o plano do desassoreamento em curso a algumas zonas das margens onde se encontram as infraestruturas dos clubes e associações náuticas e da pesca profissional".
"Se se mantiver o atual plano do desassoreamento já iniciado, vamos ficar com uma rede razoável de 'autoestradas' na Ria, que são os canais de navegação, mas vamos permanecer com os ramais de acesso a essas vias congestionados e sem condições adequadas à navegação", explicaram os responsáveis do Movimento.
"Este é o momento certo para todos pensarmos na forma e no modelo que deverá ser seguido complementarmente de modo a que, com um pequeno esforço adicional dos poderes públicos, a nossa Ria, de Ovar a Mira, possa ficar melhor, mais limpa e mais em harmonia com as necessidades da navegação".
Já na fase final da reunião, Salvador Malheiro disse identificar-se com os fundamentos consignados na Carta de Princípios do MARIA e considerou de "relevante importância para toda a região o surgimento de um movimento cívico que se propõe promover o debate e reflexão dos assuntos da Ria nas suas múltiplas componentes sociais, culturais, económicas e ambientais".
O MARIA estabelece na sua Carta de Princípios que o Movimento "é um fórum cívico, plural, de reflexão, debate, troca de experiências, ação cooperativa e intervenção pública e no espaço público sobre todas as matérias que digam respeito ao ecossistema da Ria de Aveiro (na sua área lagunar e territórios envolventes), considerando as ameaças naturais e os fenómenos de carácter ambiental, nomeadamente as alterações climáticas, a intervenção humana, ou a sua falta, tendo em vista a manutenção de uma realidade socioeconómica tal como hoje a conhecemos e que se pretende preservar no futuro".