Associação Nacional de Gerontologia Social desiludida com programas eleitorais para população senior.

A Associação Nacional de Gerontologia Social faz soar o alarme sobre o que diz ser uma “contradição alarmante”.

Num país onde o envelhecimento demográfico atinge níveis críticos, a maioria dos programas eleitorais para as eleições autárquicas, que começaram oficialmente a campanha ontem, praticamente ignoram as necessidades específicas da população idosa.

 Diz que num País de Velhos as Políticas são dirigidas para Jovens.

Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2024 o índice de envelhecimento atingiu 192,4 idosos por cada 100 jovens (face aos 188,1 de 2023), enquanto a idade mediana da população subiu para 47,3 anos.

A população residente total é de 10.749.635 pessoas, com cerca de 2,6 milhões de idosos no país.

 "Estamos perante um paradoxo incompreensível", afirma a ANGES. "Temos um dos países mais envelhecidos da Europa, ocupando o segundo lugar atrás de Itália, mas a maioria dos programas eleitorais continuam a ser elaborados como se vivêssemos numa sociedade jovem dos anos 80."

Ricardo Pocinho, presidente da ANGES, assume desilusão por ver os programas eleitorais com receitas do passado.

"Vemos sempre as mesmas promessas - apoiar um centro de dia aqui, mais um lar ali, criar estruturas, desenhar programas, utilizar estratégias, dar voz, incentivar... enfim, uma mão cheia de coisa nenhuma. Mas onde estão as respostas inovadoras? Onde está a tecnologia assistiva? Os programas de habitação sénior? As cidades amigas dos idosos? Os programas de preparação para o envelhecimento activo?"