É um estudo sobre o impacto da Covid e comportamento dos cidadãos europeus com uma marca forte sobre os receios enfrentados recorrendo ao uso de ferramentas no campo do neuromarketing.
A Universidade de Aveiro fez parte de um "consórcio" internacional que desenvolveu, em 2020, um estudo sobre a pandemia, em 23 países, e a conclusão em Portugal é que os portugueses evidenciaram preocupação com terceiros mas facilitaram nos comportamentos.
O estudo indicava, já em Maio passado, que no Outono a situação iria piorar uma vez que o nível de medo evidenciado pelos portugueses era “relativamente baixo”.
Ideia que acompanha dados sobre o número relativamente baixo de pessoas que interiorizaram o conhecimento sobre como evitar a infeção.
Os portugueses acreditavam que são “intocáveis”. Apenas 8% pensam que a possibilidade de serem infetados é alta.
Enquanto esperam pelo fim da pandemia, os portugueses implementaram algumas mudanças no seu estilo de vida.
Nos países pesquisados, a percentagem de pessoas cujo estilo de vida mudou durante a pandemia oscila entre 20 e 25%.
Em Portugal, o percentual de quem começou a fazer exercício físico em casa é de 30%.
Por outro lado, a percentagem daqueles que se alimentam de uma forma mais saudável desde o inicio da pandemia é mais baixa (apenas 13%).
Quanto ao que verdadeiramente preocupa os portugueses, no topo estava a situação financeira e o trabalho.
Mas acima de tudo, os portugueses estão preocupados com os outros.
Estão muito menos preocupados consigo próprios do que com os mais velhos ou com os jovens, ou de facto, com todos os outros.
O estudo confirmou um dos aspetos negativos da sociedade antecipando um quadro agravado na violência doméstica.
Portugal é um dos países em que quase metade da população está preocupada com o aumento da violência doméstica.
Resultado semelhante foi observado apenas na França e na Alemanha.
Ao mesmo tempo, os portugueses expressam a preocupação de que o país “fique sem dinheiro”.
Este tipo de metodologia é tido como relevante uma vez que em tempo de ocorrências como pandemias não há hábitos nem comportamentos definidos e não existe histórico.
Os investigadores, numa equipa que conta com a investigadora Valentina Valentina Chkoniya, da UA, esperam contribuir para ajudar a humanidade em situações semelhantes no futuro.
As conclusões demonstram que com a ajuda de conjugação de analíticas avançadas, IT, conhecimento de comportamento humano e dos verdadeiros sentimentos é possível prever a evolução da pandemia em Portugal.
Artigo publicado na editora cientifica Springer Nature Switzerland AG.
Os resultados mundiais que incluem 23 países ainda não foram publicados.