O PS pretende que o governo promova a abertura do procedimento de classificação do Museu de Aveiro. O projeto de resolução deu hoje entrada na Assembleia da República, apresentado pelos deputados Filipe Neto Brandão, Pedro Nuno Santos, Sérgio Sousa Pinto, Rosa Albernaz, António Cardoso, Inês de Medeiros e Gabriela Canavilhas.
No documento, os deputados socialistas referem que “o Museu de Aveiro é um dos elementos maiores da cidade, relevante para polarizar qualquer estratégia de desenvolvimento cultural”, salientando o “inegável interesse nacional do seu património”.
No momento em que o Museu Grão Vasco, em Viseu, parece ter garantido já a sua integração no restrito número de museus nacionais sitos fora de Lisboa (até hoje, apenas os museus Soares dos Reis, no Porto, e Machado de Castro, em Coimbra), os deputados do PS consideram ser “de inteira justiça que ao centenário Museu de Aveiro possa vir a ser reconhecida igual distinção, passando a ostentar a denominação de Museu Nacional de Aveiro”.
Os parlamentares recordam que o Museu de Aveiro, fundado em 1912, desde logo, se assumiu como “instituição de carácter permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento”, exibindo, “entre muitas outras obras de excelência”, o retrato da Princesa Joana, integrado entre a lista de bens de interesse nacional, ou o seu sepulcro, cuja tipologia é única em Portugal.
O Museu de Aveiro “é, no contexto nacional, uma referência paradigmática para o estudo dos edifícios e história monástica, bem como para o estudo da pintura portuguesa “primitiva”. No presente século, o edifício foi alvo de uma profunda obra de remodelação e reestruturação (2006/2008) segundo projeto do conceituado arquiteto Alcino Soutinho, reabrindo no final de 2008, apresentando um discurso expositivo completamente renovado e potenciado pelo acréscimo de um novo volume contemporâneo, destinado a exposições temporárias de grande relevância.
Para os signatários do projeto de resolução, o Museu de Aveiro é interpretado e considerado por todos que com ele contactam, como um museu que “extravasa claramente o âmbito local e regional, para assumir uma verdadeira vocação nacional, com projeção internacional”, o que pretendem agora ver reconhecido com a sua classificação como Museu Nacional.