O Ministro da Agricultura e das Pescas diz que tudo será feito para minimizar o impacto da alta velocidade nos territórios vitivinícolas mas o interesse nacional estará sempre acima dos interesses setoriais.
Mensagem deixada na abertura da Feira da Vinha e do Vinho depois de ter ouvido apelos da autarquia de Anadia quanto aos cuidados a ter com o projeto e com os impactos negativos no setor do vinho e do turismo.
José Manuel Fernandes anunciou que o Governo vai “apostar fortemente” na promoção do vinho, dando ainda a conhecer os vários programas comunitários de apoio ao setor agrícola que, na sua ótica, “devem também ser utilizados para a respetiva dinamização”.
O governante mostrou-se disponível para regressar a Anadia para “trabalhar” algumas das preocupações do Município e do setor, nomeadamente o Centro de Investigação de Espumantes, “para que avance e tenha uma missão nacional”, assim como analisar o património que “necessita e merece ser recuperado”.
A Feira da Vinha e do Vinho abriu portas, esta quarta-feira.
Teresa Cardooso, autarca anadiense, reiterou a sua preocupação, relativamente ao traçado da Linha de Alta Velocidade “que, apesar de ser de interesse nacional, vem destruir uma grande mancha vinícola do concelho, prejudicando todo o setor e o próprio enoturismo”, acrescentando que “esta situação está a causar uma grande apreensão, junto dos produtores do concelho e da região”.
Maria Teresa Cardoso apelou ao responsável da pasta da Agricultura para que “tenha um olhar mais atento sobre este projeto, nomeadamente no concelho de Anadia e que tenha como preocupação os prejuízos que advirão de tal investimento”. “É necessário dar um outro tipo de resposta a este setor”, afirmou ainda.
A edil anadiense alertou ainda para a necessidade de “colocar em marcha” o Centro de Investigação de Espumantes, uma vez que “ainda não se encontra no terreno”, considerando que o projeto deve ganhar “consistência e capacitação”.
“Queremos que este projeto de investigação seja de interesse nacional e que sirva todas as regiões vinícolas”, acrescentou ainda.
O presidente do Turismo Centro Portugal, Raúl Almeida, destacou a importância deste tipo de eventos que no seu entender, “dinamizam os territórios e mostram aquilo que de bom cada um tem”.
Sublinhou ainda “o papel determinante” que o enoturismo tem tido “na promoção das regiões, cujo potencial é enorme e com grande margem ainda para crescimento”.