O movimento feminista Juntas afirma que a redução do número de casos denunciados por violência doméstica não tranquiliza porque está associado à fase de confinamento.
O último relatório da Comissão Proteção Crianças e Jovens (CPCJ) de Aveiro aponta para uma diminuição acentuada no número de queixas por violência doméstica.
A presidente da CPCJ admite que a redução possa estar associada a um quadro em que agressores e vítimas estiveram juntas no confinamento.
O Movimento Feminista de Aveiro alertou as autoridades locais para os efeitos negativos do confinamento nos casos de violência doméstica. “Confirma-se agora que a redução das queixas não foi reflexo de uma diminuição real do número de casos, mas sim consequência das condições de confinamento. No início do confinamento, alertamos também que o fecho das escolas dificulta ainda o acompanhamento de crianças em risco”.
No início do período de emergência sanitária, a Juntas enviou uma carta a todas as autarquias do distrito a pedir informações e a solicitar o reforço de medidas concretas para garantir o combate à violência de género em contexto de confinamento.
“Infelizmente, só obtemos resposta da autarquia de Espinho”, revela o movimento.
A Juntas manifesta a sua preocupação com o efeito que a diferença substancial entre o número de casos de violência doméstica reais e a diminuição das sinalizações possa ter no acompanhamento das autoridades competentes às vítimas.
Considera que é urgente assegurar o reforço imediato das visitas às famílias sinalizadas, assegurando sempre a saúde das e dos profissionais que devem estar munidos de material de proteção individual.
“Agora mais do que nunca é da máxima importância assegurar uma ação decisiva dos serviços públicos e das autarquias na resposta à violência doméstica”.