Alexandre Manuel Teixeira Moreira concluiu o Mestrado Integrado em Teologia com uma investigação sobre o percurso de santidade do anterior bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, para descobrir as razões para “tantas visitas” ao seu túmulo, na sé diocesana.
Com o título «A Santidade: porta do Céu, calendário da vida. O Ministério Episcopal da Santidade em D. António Francisco dos Santos (2006-2017)», o aluno do Seminário Maior do Porto quis “estudar a santidade na eclesiologia contemporânea”, analisando o percurso de vida do bispo que faleceu no dia 11 de setembro de 2017, inesperadamente.
A motivação da investigação do aluno da Faculdade de Teologia quis respondeu à curiosidade em saber o “porquê de tantas visitas ao túmulo de D. António Francisco dos Santos” que está situado na capela de São Vicente, na Sé do Porto, e o que tinha de “diferente de outros todos”.
A tese, orientada pelo professor Alexandre Freire Duarte, debruça-se “na categoria da Teologia Espiritual” e utiliza duas balizas bem cimentadas, “o serviço e a caridade do anterior bispo do Porto”.
Ao ler os vários documentos e escritos de D. António Francisco dos Santos, o seminarista do Porto sublinha que a vida daquele bispo “aponta para um ideal de santidade”.
Ao recordar momentos passados com o anterior bispo do Porto, Alexandre Moreira refere as “visitas do bispo ao seminário” e a “peregrinação ao Santuário Fátima” no dia 09 de setembro de 2017 (Dia da Dedicação da Catedral do Porto).
O Papa Francisco procurou fazer da santidade “uma marca que para além de ser algo inteligível” e “não está ao alcance de todos”, é um “convite feito a todos diariamente”.
“Procurei estudar um pastor contemporâneo em chave de santidade, assumindo como algo real e verdadeiro”, disse o investigador à Agência ECCLESIA.
Homilias relacionadas “com os seminários e ordenações” e “também cartas pastorais” de D. António Francisco dos Santos quando foi bispo de Aveiro (2006-2014) e bispo do Porto (2014-2017) foram objeto de estudo para a dissertação final.
“Ser santo é uma coisa atual” e este pastor notabilizou-se pelo encontro com os pobres, o ideário da cultura do encontro”, afirmou.
Para além dos santos aos quais a Igreja reconhece “as suas heroicidades, são muitos os que, no anonimado das suas vidas, se entrega(ra)m totalmente aos outros enquanto autêntico sacramento de Cristo Bom Pastor”, escreveu na introdução do estudo Alexandre Moreira
“São inúmeros os testemunhos, extensos e imensos os momentos, gratificantes, belas e memoráveis as (record)ações e isto mesmo se pode afirmar de D. António Francisco dos Santos: um pastor que se deu, serviu e amou a todos e a cada um, na total discrição da sua vida”
D. António Francisco dos Santos foi ordenado padre em dezembro de 1972; após os estudos no seminário da sua diocese, licenciou-se em Filosofia na ‘École Pratique de Hautes Études Sociales’, com mestrado no Instituto Católico de Paris, onde obteve ainda o diploma de Sociologia Religiosa.
Durante os estudos em Paris, foi membro da equipa sacerdotal da Paróquia de São João Batista de Neuilly-sur-Seine, assumindo a responsabilidade pastoral da comunidade portuguesa.
O Papa São João Paulo II nomeou-o auxiliar de Braga, a 21 de dezembro de 2004, foi ordenado bispo em março de 2005, na Sé de Lamego.
O agora Papa emérito Bento XVI escolheu-o como bispo da Diocese de Aveiro, em setembro de 2006; o Papa Francisco nomeou-o bispo do Porto em fevereiro de 2014, tendo tomado posse a 5 de abril desse ano.
Faleceu a 11 de setembro de 2017.
Fonte: Ecclesia