Foi um festival participado e “sem fronteiras”.
O “Ilustração à Vista”, organizado pelo Município de Ílhavo, entre 5 e 8 de maio, cumpriu mais de uma dezena de espetáculos, sessões para as escolas, percursos encenados, três oficinas e inaugurou quatro exposições e uma Feira do Livro Ilustrado.
Percorrendo vários pontos do Município, a quarta edição do Ilustração à Vista, evento de fusão da ilustração com as artes performativas, ficou marcada pela adesão das famílias, especialistas, curiosos, seniores e jovens, público local e participantes de outros lugares que contribuíram para uma massiva ativação do território.
No que toca ao apoio à criação, o artista emergente João Pedro Fonseca levou a palco o espetáculo "Quem Matou o Meu Pai", uma coprodução 23 Milhas – projeto cultural do Município de Ílhavo, e João Vieira Fino estreou o concerto encenado “MIURA”, que concebeu durante mais de dois meses em residência artística na Fábrica das Ideias da Gafanha da Nazaré, e que teve exibição única, deixando para trás a exposição “Uma plantação de espelhos”, até ao dia 3 de junho, na Fábrica das Ideias.
Nos formatos especiais, o concerto de Tiago Nacarato contou com a ilustração ao vivo de Valerio Giovannini, no Jardim Henriqueta Maia, e logo depois, no espetáculo de Toni Ortiz, acompanhado pelo dj set dos Paranhos Collection, o ilustrador catalão recriou a história do roubo da lâmpada ilhavense através da técnica de ilustração em areia, pintou os homens do mar ilhavenses através de “speed painting" e ainda ilustrou a face de Carlos Paião através da técnica de “cubiart” (técnica de ilustração e encaixe de cubos).
As várias sessões do percurso encenado “Guarda Rios” desafiaram os participantes a conhecerem o canal do Rio Bôco entre a Vista Alegre a Barquinha, a refletirem sobre o seu passado e o seu futuro e a irem cumprindo alguns desafios ao longo do passeio.
A oficina da AGIL, Associação Gráfica Ilhavense, convidou a chilena Pilar Mackenna a orientar uma deambulação pelas ruas de Ílhavo em que os participantes iam alterando o espaço público através da ilustração e da adaptação de objetos recicláveis.
Um programa imersivo que desafiou o público a contemplar e a mergulhar em espetáculos que vivem da simbiose entre as paisagens sonoras e visuais, como no caso de "Textures & Lines" de Joana Gama, Luís Fernandes e Drumming GP, "Sons e Resistência" de Luís Bittencourt ou o cine-concerto "Manoel", dos Sensible Soccers.
Para as famílias, destaque para o espetáculo de rua “Palaphita”, que marcou o regresso da companhia Pia ao Jardim 31 de Agosto, na Gafanha da Nazaré, e para “As Árvores Não Têm Pernas Para Andar” (na foto), da pianista Joana Gama, no espaço Planteia, na Casa da Cultura de Ílhavo.
O Festival Ilustração à Vista foi organizado pelo 23 Milhas, projeto cultural do Município de Ílhavo, em colaboração com o Centro de Documentação de Ílhavo, o Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) e a Biblioteca Municipal de Ílhavo, sendo que nesta última permanecem a Feira do Livro Ilustrado e a exposição “Atividário Dança” (até 30 de julho).
As exposições “João Carlos” (da Câmara Municipal de Setúbal com o apoio do MMI) e a “Sonhadores de paisagens”, de Joaquim Marques, podem ser vistas na Casa da Cultura de Ílhavo, até 24 de julho e 1 de junho, respetivamente.
O Ilustração à Vista regressa em 2023.