Faleceu José António Paradela também conhecido nos meios literários sob o pseudónimo Ábio de Lápara.
O homem que esteve no mar e se fez arquiteto acabou dedicado à escrita tornando-se referência nos meios culturais.
Ábio de Lápara foi o pseudónimo literário de José António Bóia Paradela.
Nascido em Ílhavo, foi serralheiro civil e embarcadiço na pesca do bacalhau até aos dezoito anos.
Foi, depois, Bolseiro da Fundação Gulbenkian durante 5 anos, tendo-se formado em Arquitetura.
Escreveu e partilhou tertúlias literárias.
Do traço da arquitetura, para memória futura, ficam obras como o edifício dos Paços do Concelho ou a mais recente modernização do Jardim Henriqueta Maia.
José António Paradela foi homem de participação cívica e enquanto arquiteto advertiu para a desertificação do centro da cidade.
Chegou a dizer que era cidade “sem conserto” e mostrou-se um crítico dos atravessamentos sem a criação de uma circular nascente à cidade.
Assumiu em vários momentos que faltou um Plano de urbanização para ordenar o desenvolvimento de Ílhavo.
E foi das primeiras vozes a dizer que Ílhavo não estava a aproveitar a condição de cidade universitária e cidade com alojamento para acolher estudantes e devolver vida a zonas pouco habitadas.
As cerimónias religiosas estão marcadas para esta quinta-feira, dia 23, na Matriz de Ílhavo.
Foto: Afonso Ré Lau