A Associação Nacional de Gerontólogos e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda criam plataforma de interface entre voluntários e idosos que precisam de apoio. Uma inovadora plataforma de interface entre voluntários e idosos que precisam de apoio no seu dia-a-dia está a ser desenvolvida, no âmbito de uma parceria entre a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e a Associação Nacional de Gerontólogos (ANG). O trabalho é realizado pelos alunos do segundo ano da licenciatura em Tecnologias de Informação, sob orientação da docente Rita Santos.
Assumindo como um dos seus objetivos o incentivo a atividades de empreendedorismo e inovação, a recém-reestruturada ANG programou, para o ano de 2016, um projeto em parceria com a ESTGA. Os alunos do segundo ano da licenciatura em Tecnologias da Informação estão a trabalhar na criação de uma plataforma que sirva de interface entre voluntários disponíveis e tarefas do dia-a-dia que os idosos não podem executar sozinhos. É o caso de deslocações a consultas médicas, cuidados de beleza, ou ainda arranjos domésticos simples, como trocar uma lâmpada.
Um dos fatores de diferenciação da ESTGA são as suas práticas de ensino. Além de estágios curriculares e programas de tutoria com empresas, existe, desde 2001, um modelo de aprendizagem baseado em projetos que tem potenciado o desenvolvimento de projetos em articulação com empresas e outras instituições e, por isso, os alunos deparam-se frequentemente com problemas reais. Esta parceria com a ANG, no âmbito da disciplina de Projeto Temático de Aplicações Web, enquadra-se nesta prática pedagógica. O trabalho é realizado por grupos de alunos.
“Um dos parâmetros a considerar na interceção das propostas de voluntariado com as necessidades dos idosos será, naturalmente, a coincidência do tipo de tarefas que uns se propõem apoiar e que outros não podem realizar sozinhos, mas também a distância geográfica entre o idoso e o voluntário”, afirma a docente orientadora do projeto, Rita Santos. “Tarefas que envolvam, por exemplo, procedimentos clínicos, ficarão de fora desta plataforma”, explica a docente, “dado que existem entidades devidamente preparadas para prestar esse tipo de apoio”.
A plataforma, que será um contributo para responder às necessidades de ajuda dos idosos, mas também para combater o isolamento social que tanto afeta este grupo, permitirá, entre outras funções, identificar o voluntário que ajudará na realização da tarefa. Numa fase seguinte prevê-se a georreferenciação dos voluntários, de beneficiários e de tarefas.
Outro aspeto a ter em consideração no desenvolvimento da solução, refere Rita Santos, é a já conhecida dificuldade de muitos idosos em utilizar aplicações TIC. Hilma Caravau, gerontóloga e membro dos corpos dirigentes da ANG, refere que há um forte trabalho a desenvolver para dar a conhecer e ensinar a utilizar a plataforma, e anuncia a intenção de, para além dos idosos, tornar os familiares também players desta plataforma.
A ANG tem como missão divulgar a Gerontologia e a atividade do gerontólogo junto das autoridades, das restantes profissões e do público em geral, bem como promover a investigação em Gerontologia, defender e apoiar a qualidade de vida das pessoas idosas. A ANG está, atualmente, a trabalhar em prol do reconhecimento da profissão de gerontólogo junto das instituições governamentais.
Texto e foto: UA