Felipe Pathe Duarte apresentou, esta quarta, em Aveiro, no ISCIA, o livro “Jihadismo Global” onde aproveitou para analisar a estrutura de organizações terroristas. O professor auxiliar no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, com investigação de temas ligados ao terrorismo, revela que há diferenças significativas entre a Al Qaeda, que surgiu nos anos 90, e o Estado Islâmico que ganhou peso na cena internacional a partir de 2014.
Numa leitura sobre as duas realidades, diz que há diferenças organizacionais significativas com a Al Qaeda a revelar-se mais evoluída. Felipe Pathe Duarte falou, ainda, sobre as migrações para defender que é necessário evitar a todo o custo a “islamização” do debate (com áudio).
O recrutamento de jihadistas foi um dos temas abordados com o investigador a salientar as condições em que se movimentam os angariadores. “Ponham-se no papel de um jovem com 20 anos, entre a extrema direita e a extrema esquerda, num limbo identitário. Não reconhecem a sociedade dos pais (ancestral) e veem na origem muçulmana um anátema. E veem a sociedade anfitriã como óbice à concretização das suas expetativas. E querem transformar o mundo. Se de um momento para o outro lhe aparece um recrutador ou facilitador que o integra numa comunidade, com transformação espiritual, estão permeáveis a isso”.