Portugal registou um novo máximo de casos de covid-19, com mais 10698 infeções, que passam o recorde de quarta-feira. O boletim desta quinta-feira revela que mais 148 pessoas morreram vítimas da doença.
Dois dias seguidos com mais de 10 mil caos de covid-19. Depois dos 10286 de quarta-feira, que era o maior registo de sempre, esta sexta-feira foram anotadas mais 10698 infeções, um novo máximo e que se aproxima dos 11 mil, dando lastro às previsões dos epidemiologistas, que estimam 14 mil infeções diárias na próxima semana.
Após três dias de subidas contínuas de óbitos, como máximos ao virar da noite, a redução, esta quinta-feira, é mínima, com os números a manterem-se num patamar preocupante, a poucas horas do segundo confinamento. Somaram-se 148 mortos aos 156 de quarta-feira e aos 155 de terça-feira, para um total de 8384 vítimas mortais da pandemia, 1478 desde o início do ano.
O total de vítimas mortais nos primeiros 14 dias de 2021 (1478) ultrapassa o somatório dos primeiros três meses da pandemia, quando morreram 1410 pessoas - 160 em março, 829 em abril e 421 em maio, mês em que os números começaram a quebrar, caindo para um mínimo de 87 em agosto, antes de escalar em novembro para perto de dois mil e chegar aos 2401 em dezembro, negra cifra que será ultrapassada em janeiro, a manter-se este ritmo de óbitos. Em média, perderam-se 105 vidas a cada dia deste janeiro.
Com um acrescento de 5487 surtos ativos nas últimas 24 horas, há, neste momento, 121815 pessoas infetadas, o máximo alguma vez registado. Acresce um recorde de 138992 contactos sob vigilância, para uma soma que dá que pensar: 270807 pessoas estão confinadas, doentes ou preventivamente, no país.
Os números batem recordes, também nos hospitais, com vários a anunciarem que estão perto do limite. E não é de surpreender, quando, dados até à meia-noite de quarta-feira, se registava um máximo histórico de 4368 hospitalizações, 128 acima dos registos de ontem.
Preocupante, não só porque é onde a vida e a morte estão mais próximas, é a situação nas Unidades de Cuidados Intensivos, com 611 camas ocupadas por doentes graves, mais 15 do que na quarta-feira. Preocupante quando, números da ministra da Saúde, Marta Temido, o país tem pouco mais de 700 camas disponíveis. Uma relação de números que nos remete para Itália, na primeira vaga, nos idos de março, quando os médicos tinham de selecionar quem morria e quem tinha hipóteses de viver, em hospitais lotados de doentes graves.
Recuperaram da doença 5063 pessoas, com o total de pessoas consideradas curadas do vírus da SARS-CoV-2 a ascender, agora, a 387607.
A estatística está contra po mais idosos, mas os números do boletim desta quinta-feira servem de alerta: dos 148 mortos, quatro, três homens e uma mulher, tinham menos de 50 anos, o que equivale a 2,7% do total diário de óbitos, num escalão etário que representa, a nível global, cera de 1% das vítimas mortias (79 desde o início da pandemia).
Números mais relevantes num dia em que morreram três pessoas no escalão etário seguinte, o dos 50-59 anos. faixa que registou, até hoje, 222 óbitos, 2,7% do total nacional.
A faixa dos 80-89 anos registou 87 óbitos, pouco mais de metade das vítimas mortais das últimas 24 horas, num escalão etário que representa 67% do total de vítimas mortais da pandemia.
No dia em que a faixa tradiconalmente mais afetada pela pandemia foi menos penalizada que o habitual, os outros escalões etários ressentiram-se. O imediatamente anterior, dos 70-79 anos, perdeu 34 vidas, 23% do total diário, acima da média geral de 20%, traduzida em 1712 óbitos desde o início da pandemia.
Na faixa dos 60-70 anos foram reportados 13 óbitos, 14% do total diário, num escalão que representa cerca de 8% do total de vítimas da covid-19, com 797 vítimas mortais desde o início da pandemia.
Dos 148 óbitos reportados esta quinta-feira, quase metade (48%) residiam na região de Lisboa e Vale do Tejo, que regista o maior número de vítimas mortais por região pelo oitavo dia consecutivo, tendo anotado um novo e negro máximo: 71 vidas perdidas em 24 horas, a que se somam 67 no dia anterior e 68 no que antecedeu estes dois - 206 mortes em três dias, que empurram o total de óbitos desde o início da pandemia para quase três mil (2981) no entorno da capital.
A Região Norte, a mais afetadas em casos e óbitos, regista uma preocupante regularidade: 35 óbitos em 24 horas, que se somam a 36, mais 36 e mais 34. Quatro dias acima dos 30, que levam a mortalidade total na zona mais setentrional do país para os 3604 mortos desde o início da pandemia.
Após dois dias acima dos 30 óbitos, a Região Centro registou, nas últimas 24 horas, 29 óbitos, número em linha com o registo médio desta semana. No total, são 1298 as vítimas totais da pandemia desde 2 de março.
O Alentejo registou mais nove mortes, menos duas que na quarta-feira, e tem, agora, um acumulado de 356 óbitos, enquanto o Algarve ultrapassou a barreira dos 100 mortos, ao assinalar dois óbitos, para um total de 101 desde o início da pandemia.
Nas ilhas, o Açores mantiveram a morte ao largo pelo 16 dia consecutivo, enquanto a Madeira voltou a registar mais dois óbitos - 22 no total, tanto como os anotados no arquipélago açoriano.
Nos dados oficiais, reportados no boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quinta-feira, estão registados 517806 casos de infeção desde o início da pandemia, a 2 de março. Contas feitas, a covid-19 já infetou 5% da população portuguesa. Segundo os números do INE, em 2019, os mais atuais, viviam em Portugal 10295909 pessoas, 5,029% dos quais foram diagnosticados com o vírus da SARS-CoV-2 desde o início da pandemia.
A Região de Lisboa e Vale do Tejo registou mais 4071 caos de covid-19 nas últimas 24 horas. É a região com mais casos diários pelo quinto dia consecutivo, contabilizando um total de 171618 infeções desde o início da pandemia.
A Região Norte, a mais afetada pela pandemia, somou o segundo dia consecutivo com mais de três mil casos (3461), elevando o total de infeções para 245670 desde o início da pandemia, detetada pela primeira vez no país a 2 de março, com dois casos na região mais setentrional do país.
Menos populoso do que as duas regiões com mais casos diários, o centro do país dá sinais de não conseguir parar a epidemia. Somou o segundo dia consecutivo com mais de dois mil casos diários, com 2128 esta quinta-feira depois de 2136 na quarta-feira. Ao todo, são 67312 os infetados desde o início da pandemia na Região Centro.
A situação não dá mostras de abrandar, também, no Alentejo, que anotou 520 casos esta quinta-feira, o terceiro registo mais gravoso na região, superado apenas pelos 582 do dia nove e 574 do dia sete. No total, foram já infetadas 16725 pessoas naquela zona das vastas planícies.
Idêntica situação no Algarve, que registou 400 infeções, o segundo pior dia desde o início da pandemia, atrás dos 411 de quarta-feira e com os mesmos 400 do dia 8 de janeiro, o mês de todos os negros recordes. Desde março, houve 11382 infeções no extremo sul de Portugal.
Nas ilhas, a escala de grandeza é menor. Evidencia uma acalmia nos Açores, com 57 infeções, o número mais baixo dos últimos sete dias (2782 no total), enquanto a Madeira volta a passar a eia centena, ao somar 61 casos, para um total de 2317.