Aveiro: Safra do Sal candidatada ao Património Cultural Imaterial.

Aveiro anuncia a formalização da candidatura do processo de inscrição da Safra do Sal de Aveiro na Lista Nacional do Património Cultural Imaterial.

Terminada a Safra do Sal, e após um trabalho de documentação sobre o ciclo de produção de sal, em todas as Marinha em atividade, a autarquia, em articulação com o Património Cultural antiga DGPC), procedeu, no passado dia 26 de setembro, à abertura do processo.

A salicultura é uma atividade milenar profundamente enraizada na história de Aveiro. Ligada à origem e desenvolvimento da cidade, esta prática moldou a paisagem única da Ria, influenciou decisivamente a economia local e contribuiu para a projeção de Aveiro além-fronteiras.

O sal, conhecido como o “ouro branco”, foi durante séculos motor de comércio, sustento e cultura, e permanece hoje como um dos maiores símbolos identitários do território e da sua memória coletiva.

A Safra do Sal — ciclo anual de produção artesanal nas marinhas — representa um património vivo, com saberes e práticas transmitidos de geração em geração por marnotos e salineiras.

Nestes espaços de engenho e tradição, desenvolvem-se técnicas ancestrais que conferem ao sal aveirense valor económico, cultural, simbólico e ecológico.

A importância do sal remonta a tempos muito antigos, estando já referenciada no testamento da Condessa Mumadona Dias, de 26 de janeiro de 959, o mais antigo documento conhecido com menção a Aveiro, onde o sal surge como recurso estratégico e essencial.

“Com este processo de inscrição, o Município de Aveiro pretende salvaguardar, valorizar e promover as técnicas tradicionais da safra do sal, garantindo a sua continuidade e transmissão às gerações futuras, reconhecendo, assim, e protegendo esta expressão cultural tão representativa da identidade Aveirense”.