Susana Lamas defendeu esta quarta-feira no plenário da Assembleia da República uma reforma urgente do sistema de Segurança Social, afirmando que “os portugueses merecem uma resposta”. Falando na discussão de um projeto de lei do CDS-PP que visava a criação de um sistema e informação para a reforma e o suplemento para a reforma, a parlamentar social democrata eleita por Aveiro acusou a esquerda de “ilusão” ao “ignorar os números”.
“Não podemos esperar mais. A nossa responsabilidade para com os portugueses exige-nos dar uma resposta. O PSD apresentou essa resposta, propondo a constituição de uma comissão eventual para estudar e promover uma reforma do sistema público de Segurança Social. Queremos um amplo debate construtivo, sem decisões fechadas. Infelizmente, a maioria de esquerda rejeitou aquele debate alargado a toda a sociedade. Mas nós não existimos, não nos resignamos”.
Lembrando que “o atual sistema de pensões fomenta a injustiça e não tem promovido adequadamente a solidariedade e a coesão social e gera desconfiança”, Susana Lamas deu como “imperiosa uma reforma ampla, consistente, gradual e equilibrada, uma reforma que traga confiança”.
Para a deputada aveirense, “o sistema de pensões em Portugal sofre um conjunto de pressões que ameaçam a sua sustentabilidade financeira, designadamente a pressão demográfica resultante do aumento da esperança média de vida e a redução da natalidade, o fraco crescimento da produtividade do trabalho, a globalização económica e os problemas relacionados com a capacidade de crescer e criar emprego”.
“Tarde ou cedo, e a nosso ver muito cedo, com a vossa inação e a vossa irresponsabilidade, os portugueses ficarão privados de um sistema público de Segurança Social sustentável, confiável, capaz de garantir os direitos para os quais milhares de portugueses contribuíram” – atirou Susana Lamas, dirigindo-se às bancadas da esquerda.
O debate surgiu de uma iniciativa do CDS que pretende debater o futuro da Segurança Social com “maior transparência do sistema”, garantindo "mais informação" aos contribuintes sobre o valor das pensões futuras e abrir a porta à criação de um sistema de desconto adicional e voluntário.
Os Partidos de Esquerda desconfiaram das boas intenções e inviabilizaram esse debate por considerar que era uma forma “encapotada” de abrir a porta à privatização do sistema.