Rui Soares Carneiro reage à queixa formalizada pelo candidato do Chega à Câmara de Aveiro deixando claro que não passa de manobra para tapar “vazios políticos”.
Dias depois de conhecida a reação do candidato, antigo diretor da empresa Aveiro Expo, ao teor da reunião pública de Câmara em que o seu nome apareceu associado a dívida incobrável da empresa, no momento da sua liquidação, o vereador do PS diz que a queixa contra Ribau Esteves e contra Rui Soares Carneiro, membros do executivo, deveria quando muito ser contra a empresa.
Diogo Machado não gostou de ver o seu nome associado a uma alegada dívida quando exista uma sentença que encerrava as relações decorrentes do trabalho exercido na Aveiro Expo deixando essa ligação em pratos limpos.
No final da semana passada anunciou uma queixa junto do DIAP contra Ribau Esteves, que apresentou os documentos, e Rui Soares Carneiro que questionou a maioria sobre aspetos concretos desse processo de liquidação.
Para Rui Soares Carneiro, Diogo Machado está a querer condicionar a ação dos vereadores.
“Não temo quem tenta usar tribunais para silenciar a transparência. O que me preocupa é ver como alguns confundem fiscalização democrática com ofensa pessoal, e debate político com número mediático. Mas admito: cada um faz campanha com as armas que tem. Uns com ideias, outros com queixas. Uns estudam relatórios, outros tentam processar quem os lê”, responde Rui Soares Carneiro que encontra nesta ação do candidato do Chega uma tentativa de ocupar vazios.
“O vazio não tem forma, nem ideias, nem proposta - apenas ruído, como fica mais uma vez provado”.
Carneiro diz que não há ofensas mas tão só as questões naturais de quem tem documentos para apreciar e votar e sem que os nomes das entidades fossem o centro da questão.
“Limitei-me, portanto, a ler o que estava escrito num documento público, validado por liquidatários e por um Revisor Oficial de Contas. Mas pelos vistos, ler documentos oficiais é agora considerado difamação - uma inovação jurídica digna de registo. Curiosamente, nenhuma das outras três entidades nomeadas no mesmo relatório se sentiu ofendida. Apenas uma. E não contra quem a nomeou, mas contra quem a leu”.
O antigo vereador eleito pelo PS e que perdeu a confiança política do Partido diz que Diogo Machado é o “primeiro empreendedor do vitimismo político” numa tentativa de correr atrás de mediatismo.
Acusa o cabeça de lista do Chega de “intolerância democrática” ao tentar “condicionar quem fiscaliza”; de “fragilidade política” por falar de “suspeitas a toda a hora e sobre tudo, mas nunca apresenta provas”; “promete transparência, mas reage mal à luz” e de “tendência persecutória” ao “transformar o contraditório em queixa, e o debate político em espetáculo judicial”.
Com o tema de regresso à Assembleia Municipal desta quarta, dia 8, em tom de ironia, Soares Carneiro afirma que o DIAP não vai ter mãos a medir para tantos processos que se adivinham.
“E tudo isto com uma pressa notável: a queixa foi apresentada no dia seguintes e a poucos dias de o relatório seguir para a Assembleia Municipal. Coincidência, claro. Ou talvez apenas o receio de ouvir o próprio nome ser novamente lido - agora por 27 eleitos. Imagino o DIAP a preparar-se para um surto de queixinhas em série”.