O Bloco de Esquerda volta a puxar pelo legado da “geringonça” para reclamar uma presença efetiva junto do PS e, dessa forma, garantir a melhoria dos salários dos operários.
Mariana Mortágua aproveitou o comício em Santa Maria da Feira, em áreas industriais de forte expressão, para afirmar a aposta na melhoria das condições de vida.
A líder do BE partiu da “imagem da injustiça neste país” que “o salário mínimo não retira da pobreza uma mãe que viva sozinha com o seu filho” para falar de baixos salários.
E ilustrou esta realidade ainda com outros dados.
Quase 70% vive com menos de 1000 euros brutos, a diferença de salário médio entre homens e mulheres chega aos 20% e as mulheres ganham em média menos 13% de salário, um terço dos trabalhadores portugueses não consegue fazer frente a uma despesa imprevista”.
"É indigno e inaceitável este abuso que faz com que alguém trabalhe todo o dia e todo o ano continue a ser pobre”.
Por isso, “é tempo de pagar essa dívida que se arrasta há demasiado tempo”.
Destacou que foi “um acordo do Bloco com um PS” que permitiu um aumento real do salário mínimo, depois deste ter estado congelado desde o fim da maioria absoluta do PS em 2010, mas que “continua a ser baixo” “porque o PS, agora sozinho, abandonou o objetivo de um aumento real” e “o aumento do salário mínimo foi, a cada ano, sendo comido pelo aumento dos preços”.
Daí o partido defender uma subida intercalar do salário mínimo este ano para 900€ e, nos seguintes, um aumento real de 50€ acima da inflação.O BE está apostado em recuperar a representação parlamentar eleita no distrito de Aveiro.
“A 10 de Março, a esquerda voltará a ter um deputado por Aveiro: o Moisés Ferreira, a voz da saúde, do clima, do emprego, da habitação”.
O cabeça de lista, Moisés Ferreira, considerou que “cai a máscara” da direita e “dizem agora, finalmente, ao que vêm” depois de terem começado “a tirar esqueletos do armário”, pretendendo trazer de volta “austeridade, crise, combate aos direitos”.
Analisou ainda os últimos anos da governação socialista que foi “uma sucessão de crises”, nomeadamente a crise na habitação, com “a especulação desenfreada” a que “nunca quis pôr travão", a crise na escola, com 40.000 alunos ainda sem pelo menos um professor, a crise climática e na saúde também.
O cabeça de lista do Bloco por Aveiro concluiu afirmando que “não estamos condenados a escolher entre a crise da direita ou a crise da maioria absoluta do Partido Socialista” e que o “país não está condenado a viver crise atrás de crise”, sendo o “voto útil aquele que responde aos problemas da nossa vida.”