O Município de Ílhavo celebra 120 anos da sua Restauração enquanto município. O dia 13 de janeiro é a data que assinala a Restauração do Concelho de Ílhavo, marco importante para a recuperação da coesão territorial e administrativa perdida durante três anos para o vizinho concelho de Aveiro.
As diversas atividades centradas nos 120 anos da Restauração do Concelho de Ílhavo iniciam-se no próximo dia 17 de janeiro com os Encontros de História Local que lançará o primeiro número da revista “Nossa Gente” com a biografia de Alberto Ferreira Pinto Basto, um dos impulsionadores do processo de restauração de 1898.
A restauração do Concelho de Ílhavo, feita pelo Decreto de 13 de janeiro de 1898, inseriu-se no longo processo de reforma administrativa, que caracterizou o regime liberal pelo esforço de racionalização e adaptação dos concelhos vindos do Antigo Regime e pelo antagonismo entre centralização e descentralização administrativa.
Um primeiro momento foi a reorganização do concelho ilhavense em 1835/1836, quando incorporou o antigo concelho da Ermida e perdeu os lugares de Sá e Verdemilho para o Município de Aveiro.
As Gafanhas, a Costa Nova e a Barra foram, por sua vez, anexadas ao território municipal de Ílhavo com os Decretos de 31 de dezembro de 1853 e 24 de outubro de 1855, assumindo o concelho a configuração atual.
Outra tentativa de reforma administrativa foi encetada em 1867, que pretendia suprimir o Concelho de Ílhavo, agrupando o seu território no de Aveiro, e o próprio Distrito de Aveiro, que passaria a pertencer ao Distrito do Douro. Esta disposição teve pouca duração, sendo revertida em 1868.
A extinção do Concelho de Ílhavo ocorreu com o Decreto de 21 de novembro de 1895, motivada pela harmonização das divisões administrativas com as judiciais e a redução da despesa pública. De novo o território concelhio seria junto ao concelho aveirense.
A existência do Concelho de Ílhavo revelava-se útil pela proximidade da sua administração junto dos munícipes, por um lado, e pelas várias realizações materiais feitas ao longo dos tempos, sendo que reclamações e movimentos no sentido da restauração do concelho surgiram desde logo, tendo este intuito sido concretizado.
“Ao longo do ano serão vários os momentos que irão refletir a importância deste relevante marco histórico para o presente e futuro de todas as vivências e dinâmicas municipais, sendo também de destacar a nova rubrica da Agenda de Eventos “Viver em…” que desvenda o sentimento dos ilhavenses sobre a extinção do concelho” refere nota da autarquia.