A polémica aberta com a gestão das atividades de enriquecimento curricular entrou na pré-campanha autárquica com dois nomes em foco: Conceição Canhoto e Maria Eugénia Pinheiro enquanto rostos de políticas educativas.
A diretora do Agrupamento de Escolas de Ílhavo, rosto das políticas nos estabelecimentos de Ílhavo, apoiante assumida do movimento Independente “Unir para Fazer”, e a ex-diretora do agrupamento de escolas da Gafanha da Nazaré, que assume candidatura na lista da AD ao Executivo Municipal de Ílhavo, estão a protagonizar um dos debates mais intensos colocando a Educação no centro do mapa político.
Já hoje e depois da polémica que está a agitar os meios locais ter chegado ao conhecimento do grande público, a candidatura da AD anunciou para esta quinta uma reunião com associações de pais e assumiu crítica pública à forma como a gestão autárquica está a tratar do tema.
Fala em “lacuna grave na atual governação municipal e na proposta do movimento Unir para Fazer” por não encontrar referência a vereador com “competências específicas na área da educação”.
Ignora a presença de Bruno Ribau que chegou a estar indicado para o setor caso tivesse sido eleito e que continua nas listas depois de quatro anos como assessor do presidente da Câmara de Ílhavo para a educação.
Rui Dias entende que essa lacuna “não é apenas um detalhe organizativo”.
“É, sim, a prova de que a educação ocupa um lugar secundário no projeto político em vigor, relegando para segundo plano o futuro das nossas crianças e jovens. Mais grave ainda, significa ficar refém de atores menores, marcados pela ignorância, arrogância e incompetência”.
Sem referência aos nomes dos protagonistas, Bruno Ribau e Conceição Canhoto parecem visados no comunicado uma vez que protagonizam essa ligação ao setor da educação e às escolas sob a sua tutela.
“Todos sabemos que fazer e pagar favores políticos tem sempre um preço. Mas fazer com que sejam os pais e as crianças do nosso concelho a pagá-lo é algo profundamente errado e inadmissível”.
A AD diz assumir a Educação como “principal eixo estruturante” do Roteiro para o Futuro de Ílhavo.
“Queremos uma política educativa que seja construída em diálogo franco e aberto com toda a comunidade: professores, pais e as suas associações. O nosso compromisso é trabalhar para soluções equilibradas, sensatas e decentes, que tenham sempre por objetivo o superior interesse das nossas crianças, e não o ego ou o ressentimento de alguns adultos mal formados”.
Conceição Canhoto assume a defesa do modelo e lembra que a medida associada à gestão das AEC´s tinha sido defendida no passado pela governação PSD.
“Como pode um grupo de cidadãos querer mudar aquilo que tanto apregoou como sendo uma das suas grandes conquistas na educação. Recordo aqui o ex-Vereador Tiago Lourenço, do Grupo de vereadores do PSD e que foi responsável pela educação quando Tomei posse como Diretora, em que era o presidente Caçoilo, a afirmar que tinha sido ele o responsável por este modelo de AEC’s nas escolas e que nunca abdicaria deste modelo, quando lhe foi proposto pela associação de Vale de Ílhavo outro modelo. Não tenho memória curta. E se querem desdizer o que fizeram, até posso aceitar mas a verdade tem que ser dita. Eu estou no cumprimento estrito da lei e venha que advogado vier dizer o contrário pois estão a mentir”.