A candidatura autárquica do Partido Socialista de Ílhavo comentou, pela primeira vez, a inauguração da obra do cais da Bruxa na Gafanha da Encarnação e acusa a maioria PSD de ter transformado o momento em comício eleitoral na passada terça-feira.
Luís Leitão, candidato à Assembleia Municipal, aproveitou a cerimónia de apresentação do candidato à Junta de São Salvador para lembrar que a inauguração na Bruxa mostra a “procura desenfreada de mostrar serviço de ultima hora”.
“Então não é que um ato solene da Câmara se transformou num comício descarado com criticas aos candidatos da oposição e, vejam só, nem os proprietários dos terrenos próximos escaparam à pressa e à falta de planeamento desta obra. O Presidente abdicou da sua função e prefere ser o candidato Caçoilo.”
Eduardo Conde, candidato à Câmara, referiu-se a esse evento em que foi visado por Fernando Caçoilo como “sócio do Benfica que mudou para o Sporting e que passou a dizer mal do anterior clube” para questionar a opção.
Na resposta à crítica de Fernando Caçoilo, Eduardo Conde afirma que a política segue um caminho de desvalorização. “O presidente da câmara, ao comparar a atuação política à preferência por este ou aquele clube de futebol, quer transformar-se no pimba da política, desprestigiando uma atividade nobre, tombando para o disparate da discussão futebolística.”
Sobre o arranjo do largo da Bruxa, refere que a obra “usurpa propriedade privada sem qualquer palavra aos proprietários, limita o acesso à água com grades que não se veem em nenhum outro local, com muros de gosto duvidoso que limitam a visão do lençol de água e dos barcos”.
A escolha da data também foi alvo de críticas por ter feito coincidir a inauguração com a procissão em honra de Nossa Senhora do Pranto no centro de Ílhavo.
“No dia de uma importante festividade de São Salvador, a festa da Nª Sª do Pranto, os autarcas da Câmara Municipal marcaram inaugurações de obras eleitoralistas e que só interessam a quem a mandou fazer.”
Quanto à candidara à freguesia de Sâo Salvador, Conde afirma que a Câmara deve ter uma atitude mais aberta e próxima.
“Aquilo que a lei prevê e os presidentes da Junta desejariam poder fazer, fica na gaveta, não lhes é protocolado, sendo disso o exemplo maior a Junta de Freguesia de São Salvador que, tendo na Câmara um parceiro, que não tem neste momento, poderia fazer ainda mais e melhor pela população”.
Eduardo Conde lembra que São Salvador “arriscou mudar para melhor” e fica como sinal. “Com o João Campolargo na Junta e uma Câmara que o apoie, trabalharemos a Ria e a sua qualidade, a sua interação com a terra e a população, a educação e a relação com as escolas, a coesão social com atenção especial aos mais pobres, o emprego”.
João Campolargo reafirma que a candidatura ao segundo mandato surge como aposta na continuidade e num trabalho coletivo. "Continuaremos a apostar na proximidade, seremos parceiros das nossas Associações, lugares, escolas, empresas, IPSS, e, estou certo, desenvolveremos, lado a lado, um rol de projetos interessantes e que acrescentam valor à nossa terra e às nossas gentes.”