É uma cisão total entre a distrital do PSD de Aveiro e o presidente do conselho de administração da empresa Infraestruturas de Portugal. A comissão política distrital reage com surpresa às mais recentes informações emanadas da empresa que depois de dizer que não há necessidade de investir na ligação Aveiro – Águeda reafirmou na semana passada que o distrito de Aveiro não precisa de novas construções mas manutenção de vias.
Indignados, os dirigentes distritais deixam declaração de rotura. “Já sabíamos que não poderíamos contar com o apoio do presidente das Estradas de Portugal e sabemo-lo melhor agora. Mas os desafios que se colocam ao distrito de Aveiro serão respeitados por quem é politicamente responsável, o governo, respeitando a opinião de quem está mais próximo e conhece a realidade no terreno”.
Os dirigentes políticos assumem a “perplexidade” provocada pelas declarações recentemente prestadas pelo presidente do conselho de administração da Estradas de Portugal/Refer sobre a ligação Aveiro-Águeda, e agora adicionam a surpresa com o que entendem ser “o mais recente ataque” de António Ramalho, que reiterou “não haver necessidade de qualquer nova via no distrito”.
“Tal afirmação reveste-se de uma enorme irresponsabilidade, para não dizer má-fé, revelando, antes de mais, um profundo desconhecimento da realidade do distrito. Sem o trabalho de quem é democraticamente eleito, e que vive de perto os problemas do dia a dia, a Estradas de Portugal/Refer limitar-se-ia a prestar serviços correntes, pelo que as novas decisões e os novos desafios competem aos decisores políticos”.
Os Sociais Democratas desvalorizam o papel de António Ramalho e assumem que as decisões cabem aos políticos. “Está na hora de o presidente da Estradas de Portugal/Refer entender que, no exercício dessas funções, tem obrigação de cumprir estratégias traçadas por que de direito, não lhe cabendo qualquer legitimidade para definir essas estratégias. Deve, pois, demitir-se de falar do que não sabe e perceber o seu real papel. Aliás, é muito estranha esta embirração do presidente da EP/Refer pelo distrito de Aveiro. Que interesse inconfessável estará por trás disto?”