Cultura com peso acima dos 10% do orçamento, em 2028, e 50 milhões de investimento em programação até 2027 deixam perceber a aposta ambiciosa na candidatura que colocou Aveiro e a região entre as quatro finalistas da candidatura a Capital Europeia da Cultura.
Felizes mas cientes de que o caminho ainda é longo e, sobretudo, um caminho desafiante poder deixar marcas profundas na cultura aveirense.
É desta forma que a equipa de trabalho da candidatura de Aveiro a capital europeia da cultura comenta a primeira decisão do júri.
Numa corrida com Braga, Ponta Delgada e Évora, o município de Aveiro assume que está na corrida para ganhar mas realça, sobretudo, as marcas que ficam do investimento previsto em cultura e na qualificação urbana.
Ribau Esteves realça a evolução do orçamento para a cultura, de 3 milhões em 2017 para o 8,8 milhões previstos para 2028.
Aveiro quer chegar a uma percentagem do orçamento para a cultura acima dos 10% do total orçamentado dentro de 6 anos (com áudio)
O investimento mais forte acontece em 2027 com a reserva de 18 milhões de euros para programação sabendo-se que o vencedor da candidatura garante, em fundos europeus, cerca de 25 milhões de euros para a cultura.
Ribau Esteves destacou, ainda, a aposta estrutural na qualificação de espaços com um segundo Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro.
E nesse capítulo perspetiva investimentos acima de 60 milhões na renovação e qualificação do edifício da Fábrica da Ciência com área para Fábrica de Inteligência Artística, na reabilitação do antigo colégio Alberto Souto que será academia de desafios criativos culturais, na antiga lota com laboratórios, na antiga biblioteca municipal que vai receber peças da Bienal Artística de Cerâmica e no futuro pavilhão multiusos da cidade, integrado no parque de feiras.
José Pina, o responsável pela comissão executiva que assegura o trabalho operacional da candidatura, assumiu a alegria de estar entre finalistas.
Lembra que a região centro era a que apresentava mais candidaturas e com Aveiro na corrida, há um desejo de afirmar a região como grande centro cultural do Centro de Portugal (com áudio)
Carlos Martins, o especialista internacional nas áreas da Economia Criativa, Turismo e Planeamento Cultural que foi Diretor Executivo de “Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura”, revela que Aveiro segue este trajeto adaptado aos tempos desafiantes vividos no mundo.
Valoriza a cultura como ponte entre povos e retoma a vocação Atlântica numa resposta da era moderna em que os valores culturais emergem como uma das grandes fontes de riqueza e poder (com áudio)