Autárquicas: Irmãos Souto em braço de ferro pelo Cais do Paraíso.

A deliberação sobre o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso e a entrada do documento em consulta pública abriu novo debate entre os candidatos do PS e da AD à Câmara de Aveiro.

Trata-se de uma área que entrou na campanha para a presidência da autarquia com o candidato do PS a criticar a permissão para uma unidade hoteleira e área de congressos até 12 pisos.

Alberto Souto diz que Aveiro se prepara para autorizar um “mamarracho” deixando claro que pretende travar essa possibilidade.

E crítica a posição assumida pelo candidato da AD.

“É a favor da construção de um mamarracho de 12 andares junto à rotunda do Marnoto, nos terrenos da antiga Bóia e Irmão. Isso seria um aleijão urbanístico, o nosso prédio Coutinho…Como é possível defender o ostensivamente aberrante? É a favor da massificação dos terrenos da antiga Lota, com construção. Eu prefiro pouca construção e mais árvores”.

Reação do antigo autarca às declarações desta quarta-feira na apresentação da candidatura de Glória Leite à União de Freguesias da Glória e Vera Cruz.

Luís Souto criticou a política de recuos e diz que Aveiro deve avançar.

“Queremos fazer da antiga Lota, a joia da coroa de Aveiro. Após o concurso de ideias, não é tempo para repensar, é tempo, com alguns ajustes pontuais, de andar para a frente. Mas alguém quer continuar a ver aquela zona, de potencial único, ao abandono por mais dez ou 20 anos? A zona do Cais do Paraíso também é para ter sinal verde. Queremos aquela área valorizada, num local de excelência à entrada da cidade, preservando o último moinho de Aveiro”.

A troca de palavras tem vindo a acentuar a divisão nas políticas defendidas pelos dois irmãos que lutam pela cadeira presidencial.

Alberto Souto diz que Luís está a seguir algumas vias por si apresentadas ao eleitorado.

“Entre as ideias boas fico contente que subscreva as que eu próprio já tinha apresentado (Parque das Barrocas, Parque Central, recuperação dos passeios, Museu de Arte Contemporânea). É certo que ficou calado, em silêncio conivente, doze anos, mas ainda bem que como vereador votará a favor”.