Albergaria-a-Velha antecipa a abertura do Festival do Pão com um festival de cinema.
Recebe a partir de hoje o único festival de cinema do mundo dedicado exclusivamente aos documentários sobre o pão.
Além da exibição de 30 filmes em diferentes espaços (Cineteatro Alba, Biblioteca Municipal e na Quinta da Boavista/Torreão) o “Do Pão - Festival Internacional de Cinema Documental” vai contar com vários workshops e apresentações de livros.
Tendo nascido em estreita ligação com o Festival Pão de Portugal, que este ano decorre nos dias 30 e 31 de maio e 1 de junho, o Festival de Cinema abre uma dimensão internacional muito significativa e crescente.
Este ano foram enviados 2785 filmes de 131 países, tendo o júri de seleção escolhido 23 filmes que se candidatam aos prémios de curta e longa-metragem.
O Município de Albergaria-a-Velha atribui, como habitualmente, um prémio de 2000 euros para o melhor documentário de longa-metragem e 1000 euros para a melhor curta metragem.
Os países que mais filmes inscreveram no festival de cinema documental foram o Irão com 256 filmes, o Brasil com 222, a Índia com 218, Espanha com 142, a Turquia com 121, a China com 103, Itália com 100, França com 99, Estados Unidos e Argentina, ambos com 86, e o Egito com 83 filmes.
Portugal apresentou 74 filmes a concurso. São números que espelham bem a dimensão da atual produção mundial de cinema.
Procurando uma complementaridade onde filmes, oficinas e livros possam estimular debates mais robustos, tenciona-se assim um encontro mais estimulante entre artes, ideias e públicos.
O Festival Do Pão, que acontece desde 2016, é uma organização do Cine Clube de Avanca e do Município de Albergaria-a-Velha e conta com o apoio do ICA / Ministério da Cultura.
A Cerimónia de Abertura do festival será marcada pela exibição do filme “Era Uma Vez no Apocalipse” de Tiago Pimentel que tem a particularidade de ter sido rodado em Albergaria-a-Velha.
Luís Sequeira, famoso figurinista nos EUA onde por 2 vezes foi nomeado para os Óscares, foi o responsável por o filme ter sido rodado nas paisagens de Albergaria, terra dos seus familiares. No filme, Sequeira assina o design de produção e os figurinos.
Protagonizado por Sérgio Godinho, que por esta interpretação foi distinguido com o Prémio de Melhor Ator no último Festival AVANCA, conta também com Paulo Calatré e Mariana Pacheco nos principais papeis.
A história do filme passa-se após uma guerra nuclear, onde os regimes totalitários perturbam a ordem mundial. Ernesto (Sérgio Godinho) esconde um segredo e, quando um inspetor do governo lhe aparece à porta, desenrola-se um jogo de gato e rato, com potencial para acabar em tragédia.
Na cerimónia de abertura intervirá ainda Daniel Tércio, autor natural de Aveiro e académico da Universidade de Lisboa, que irá apresentar o seu livro “Linhas de Tensão”. Este momento associa-se ao workshop “Amassar coisas, imaginar o futuro” que a conhecida coreografa Vera Mantero irá dirigir ao final da tarde da mesma quarta-feira e também no Cineteatro Alba.
Esta oficina procura estimular a criatividade dos participantes e, tal como o filme de abertura, procura uma visão prospectiva do futuro próximo (2028 surgirá como baliza cronológica).
A Cerimónia de Abertura do festival contará ainda com a exibição das primeiras curtas metragens em competição, vindas do Brasil e da China, onde o pão é o mote de todos os filmes.
O primeiro dia do festival irá iniciar-se com uma exibição especial da longa-metragem “Já Nada Sei”, que Luís Diogo rodou no concelho vizinho de Oliveira de Azeméis. Este filme, tem na poesia de António Gedeão uma presença marcante.
A poesia irá estar de novo presente no festival Do Pão, no sábado, com a apresentação do livro “Até ao Nada” do poeta António Souto.