Aveiro: Concelhia do PSD assume rotura com os presidentes de Junta eleitos pela coligação "Aliança com Aveiro".

2021-04-22 08:13

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É uma "batata quente" nas mãos de Rui Rio.

O PSD de Aveiro cumpre com o que tinha prometido e anuncia mudança radical de candidatos reclamando a legitimidade de decidir as listas autárquicas assumindo corte com os últimos 8 anos de governação na Câmara e nas Juntas de Freguesia.

A concelhia liderada por Vítor Martins não está a gostar da forma como o líder nacional deu carta branca aos autarcas em condições de assumir a recandidatura e puxa a si o poder de decidir as listas e os programas.

Em comunicado, divulgado ontem à noite, a concelhia assumiu a rotura com os autarcas de freguesia que estiveram envolvidos no processo eleitoral da concelhia com uma lista alternativa.

Firmino Ferreira, presidente da Junta de Oliveirinha, liderou uma lista preenchida com autarcas de freguesia às últimas eleições para a concelhia do PSD, em Janeiro de 2020, precisamente contra Vítor Martins, recandidato que viria a ser eleito com 292 votos contra 253 votos.

Na altura, o dirigente Social Democrata dizia que não iria haver "caça às bruxas" mas agora assume a rotura com todos os que ousaram colocar em causa o seu poder.

O PSD anuncia novos candidatos em Aradas, Cacia, Esgueira, Oliveirinha, Santa Joana e União de Freguesias da Glória e Vera Cruz.

Em relação às últimas autárquicas são mantidas as candidaturas de Henrique Vieira em São Bernardo e Arlindo Tavares em São Jacinto, esta última freguesia de maioria socialista.

“As instituições devem regenerar-se e esta será seguramente uma mudança de ciclo fundamental com novos rostos empreendedores, com vontades e soluções inovadoras, que respondem cabalmente aos desafios, necessidades e paradigmas emergentes”, refere a concelhia Social Democrata.

A lista para a Câmara Municipal, da lavra da concelhia, aprovada em plenário, indica Ribau Esteves como cabeça de lista mas renova os candidatos com figuras como Paulo Anes, João Falcão e Diogo Oliveira, mantendo Rosário Carvalho, da atual equipa.

Um quadro que não terá a concordância do atual presidente de Câmara.

Na lista para a Assembleia Municipal surgem os nomes de Daniela Magalhães, Rafael Caprichoso, Emília Gonçalves, Francisco Ferreira e Albano Ferreira e desaparecem os dos atuais membros da bancada.

Luís Souto, atual presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, está fora da lista apresentada pela concelhia depois de ter sido candidato a presidente da Assembleia de Militantes tendo perdido para Jorge Campino, da lista afeta a Vítor Martins por 294 votos contra os 252.

Um quadro de rotura que se arrasta sem fim à vista mas que deverá estar longe do quadro preparado pelo atual presidente de Câmara que conta com todos os presidentes de Junta no projeto e com parte da equipa da Assembleia e vereação.

O braço de ferro está assumido na praça pública e a concelhia não esconde o desconforto pela forma como o processo autárquico está a ser preparado sob a liderança de Ribau Esteves.

E deixa o aviso de que vai contestar qualquer ação à margem da concelhia.

“Porque vivemos num Estado de Direito, os partidos políticos e os candidatos têm o direito e o dever de prosseguir em conformidade com as respetivas competências e essas não são suscetíveis de poder ser violadas e/ou subvertidas. Tudo quanto se faça à margem deste modelo de respeito pelas regras e pela Lei em desvio ou confronto com as orientações das estruturas concelhias do partido, será devidamente tratado em sede própria, nos órgãos internos e outros”.

A estrutura liderada por Vítor Martins diz que esta renovação visa trabalhar não apenas a candidatura de 2021 mas também preparar a renovação para 2025.

“Trata-se de um processo que pretende engrandecer não apenas as candidaturas que se apresentarão às próximas eleições autárquicas,mas também constituir-se como um caminho de regeneração e revigoração positiva de quadros do partido que se possam perfilar para 2025″.

O silêncio impera nos atuais autarcas da coligação “Aliança com Aveiro” e o processo poderá voltar a subir aos órgãos distritais e nacionais para acabar com a indefinição em fase decisiva do processo eleitoral.