Repercussões dos maus tratos na infância e adolescência

Abril é o mês internacional de prevenção dos maus tratos na infância.
As consequências dos maus tratos dependem de fatores como a idade da criança e a sua resiliência, temperamento e o caracter mais ou menos continuado das agressões, bem como do tipo de agressão.
As crianças vitimas de maus tratos sofrem alterações da vinculação aos adultos de referência, que são aqueles que legitima e incondicionalmente as deveriam proteger e bem tratar, gerando nelas um sentimento de desconfiança crescente. Apresentam, tendencialmente, dificuldades no estabelecimento de novas relações de confiança e testam e desafiam quem delas se aproxima, à procura de provas inequívocas de que não serão frustradas de novo.
Assim, todos temos de estar conscientes que as crianças vitimas de maus tratos podem expressar o seu sofrimento de forma indireta ou contraditória, manifestando problemas de comportamento, agressividade, hiperatividade, dificuldades de aprendizagem, comportamentos sexualizados, mas também manifestações de sintomas menos ruidosos, não menos graves, como inibição, isolamento social, depressão ou síndrome pós-traumático.
Os maus tratos na infância constituem uma situação de extrema gravidade pelo sofrimento que provocam em cada criança e jovem maltratado, e têm consequências e repercussões longitudinais, em que a evidência cientifica tem demonstrado a estreita correlação existente entre as situações de maus tratos na infância e adolescência e a ocorrência de psicopatologia na idade adulta, bem como o risco de transmissão transgeracional deste tipo de situações, com elevados custos sociais.
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Episódios
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ImagemUm dos desafios em matéria de promoção e proteção de crianças e jovens30.04.2018Ouvir
Muitos são os desafios que se colocam diariamente em matéria de promoção e proteção das crianças e jovens. Desafios que nos são colocados a diferentes níveis: como pessoa, como família, como profissional e como comunidade.
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ImagemLaço azul – símbolo da prevenção de maus tratos a crianças e jovens16.04.2018Ouvir
A campanha do Laço Azul, iniciou-se nos EUA, em 1989, quando uma senhora amarrou uma fita azul à antena do seu carro. O objetivo seria que as pessoas se questionassem sobre este símbolo. Assim, teve a oportunidade para explicar que este laço simbolizava os maus tratos aos seus netos, que culminaram, no caso do seu neto, em morte.
O azul foi escolhido, por tentar representar os corpos batidos e cheios de nódoas negras dos seus netos.
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ImagemMaus Tratos Infantis-ii09.04.2018Ouvir
O Núcleo Hospitalar de Apoio a Crianças e Jovens em Risco (NHACJR) do CHBV, criado em novembro de 2007 (projeto experimental), é uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde, que polarizam motivações e saberes sobre maus tratos em crianças e jovens, apoiando os profissionais da instituição nas intervenções neste domínio. Constitui-se ainda como uma interface na articulação e cooperação entre serviços e instituições.
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ImagemMaus Tratos Infantis02.04.2018Ouvir
A Sociedade e o Estado têm o dever especial de proteção das crianças, nos termos previstos na Constituição, e dos seus direitos consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança.
A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, contribui para a planificação da intervenção do Estado, no acompanhamento e avaliação da ação das Comissões de Proteção.
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ImagemEscola26.03.2018Ouvir
As diferentes fases do desenvolvimento de uma criança ou jovem exigem várias adaptações dos próprios e da família a essa realidade, nomeadamente no que respeita ao seu percurso escolar. Quando as dificuldades surgem os pais devem conversar com os filhos e, em conjunto, encontrar estratégias que cessem ou minimizem essa situação.
Na escola, os pais devem conversar sempre com os Diretores de Turma sobre as suas preocupações em relação aos seus filhos e podem procurar os Serviços de Psicologia e Orientação que abrangem todos os ciclos, desde o pré-escolar até ao secundário.