Educação Física no 1º CEB – Porquê e Para quê?
 
O Investigador Rui Neves do CIDTFF da Universidade de Aveiro aborda a importância da disciplina de Educação Física no Primeiro Ciclo do Ensino Básico
A área de Educação Física (EF) integra o currículo do sistema educativo português da educação pré-escolar até ao 12º ano de escolaridade. No contexto da escola do 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) possui um quadro programático bem definido com finalidades e objetivos próprios, blocos programáticos e claras competências a desenvolver pelos alunos. A sua abordagem regular e sistemática no quadro das rotinas de muitas escolas do 1º CEB, ainda não é uma constante na vida de alunos e professores. Se durante muito tempo, as questões relativas às condições materiais das escolas, foram apresentadas como justificação para a sua ausência, isso não acontece na atualidade.
A EF e as suas atividades possuem para os alunos um significado de vivências e aprendizagens motoras, sócio-afetivas e cognitivas singulares. Se para alguns adultos se trata de criar “intervalos de descompressão” perante as aprendizagens ditas sérias, importa questionar se mais séria não é conhecer o outro, respeitar o outro, cooperar com o outro, entreajudar o outro ou competir com o outro. A natureza do desenvolvimento destas competências, não acontecem pela exposição oral do professor ou pela observação de um vídeo interessante. A vivência real e ativa das situações caraterizadoras da EF (constância de interações sociais, domínio de habilidades motoras, desenvolvimento de capacidades, auto-conhecimento, trabalho em grupo, cooperação/oposição) constituem-se como um contexto privilegiado para o seu desenvolvimento pessoal no grupo turma. As finalidades educativas da EF na escola do 1º CEB, são plurifacetadas pois integram o confronto com aprendizagens e domínio de habilidades, conhecimentos, atitudes e valores, num contexto prático de socialização a uma cultura motora que deixe experiências marcantes para a vida adulta de cada aluno. A EF deve estar ao serviço do desenvolvimento dos alunos, logo fortemente associada às rotinas e hábitos dos alunos, da turma e do trabalho do seu professor, integrando-se com outras aprendizagens. Falar hoje da EF no 1º CEB é construir alicerces para que a sua constância e sustentabilidade não fique ao sabor de critérios particulares em cada escola. Aquilo que está em causa na abordagem da área de EF no 1º CEB, ajuda a construir experiências educativas que possam chegar a todos os alunos e se constituam como marcas positivas para a sua opção futura por estilos de vida ativos e saudáveis. A OMS aconselha que cada criança tenha como padrão 60 minutos de atividade física diária, para benefício do seu desenvolvimento e saúde. Infelizmente Portugal continua a ser um dos países europeus com os mais baixos índices de prática regular de atividade física e desportiva, realidade que a natureza das práticas em EF na escola do 1º CEB pode ajudar a melhorar.
Referências
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272721/WHO-NMH-PND-18.5-por.pdf
Este podcast tem áudios Registe-se para ouvir.
 
Episódios
- 
Imagem Cartas Com Ciência09.11.2020Ouvir Cartas Com Ciência09.11.2020OuvirBetina Lopes A Cartas com Ciência desenvolve programas educacionais de troca de cartas que ligam a lusofonia através da ciência. Ao possibilitar a interação entre cientistas inspiradores e estudantes nos países de língua portuguesa, a Cartas com Ciência fomenta conversas individuais e duradouras que permitem não só mitigar barreiras e preconceitos associados ao ensino superior e a carreiras científicas, mas também promover a literacia científica e da língua portuguesa. 
- 
Imagem Educação à escuta … de si própria!02.11.2020Ouvir Educação à escuta … de si própria!02.11.2020OuvirComo é amplamente reconhecido, a investigação e os saberes que através dela se revelam constituem um dos fatores fundamentais na ativação dos processos de (auto)reflexão, formação e desenvolvimento quer das pessoas singularmente consideradas, quer das instituições enquanto organizações plurais. Trata-se de estimular uma visão educacional transformadora do real cuja racionalidade tem como referente, no primeiro caso, os paradigmas da profissionalidade reflexiva, crítica e ecológica e, no segundo, a ideia de escola/instituição reflexiva 
- 
Imagem Um olhar sobre resiliência, saúde e educação26.10.2020Ouvir Um olhar sobre resiliência, saúde e educação26.10.2020OuvirOlá, chamo-me Ana Frias, sou Investigadora do Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro; Professora na Escola Superior de Educação de Coimbra e na Escola Superior de Saúde da Guarda, vivo em Coimbra, e venho falar-vos sobre Resiliência, Saúde e Educação. 
- 
Imagem Como um ambiente térmico e a qualidade do ar influenciam a qualidade de vida e o desempenho de um ser humano nas suas tarefas19.10.2020Ouvir Como um ambiente térmico e a qualidade do ar influenciam a qualidade de vida e o desempenho de um ser humano nas suas tarefas19.10.2020OuvirMário Almeida Rodrigues Talaia Investigador no site da UA: https://www.ua.pt/pt/p/10309697 “Como um ambiente térmico e a qualidade do ar influenciam a qualidade de vida e o desempenho de um ser humano nas suas tarefas” 
- 
Imagem O Sabor da Diversidade12.10.2020Ouvir O Sabor da Diversidade12.10.2020Ouvir1 - Autor: Xana Sá Pinto, Patrícia Pessoa, Lisa Afonso, Sara Aboim 2 - Contacto: alexandrasapinto@ua.pt; xanasapinto@gmail.com; sabordadiversidade.wordpress.com 3 - Título do tema/projeto abordado: O Sabor da Diversidade 4 - Texto de suporte: