Artigo de Opinião

Triste atrevimento e descaramento político em Aveiro

27.04.202511:58
crédito da foto: José Neves

Como bem sabemos, já há alguns anos que a Maratona da Europa ganhou dimensão significativa. É um facto, a bem da verdade e sem qualquer tipo de constrangimentos.
A promoção do desporto, o desenvolvimento da atratividade da região, nomeadamente Aveiro e Ílhavo, a popularidade do evento, são vertentes que deveriam nortear a universalidade da Maratona da Europa.

Como também sabemos, exceção feita para o atual presidente da Câmara Municipal de Aveiro, o ainda Primeiro-ministro e candidato da AD às eleições de maio e, igualmente, o candidato aveirense da coligação PSD/CDS/PPM às eleições autárquicas de (setembro/outubro) 2025, têm um historial invejável de participação nas edições da Maratona da Europa. Até me atreveria a dizer, porque a memória já me vai atraiçoando, eventualmente até com uma ou outra ida ao pódio.

O que Aveiro e os aveirenses puderam assistir hoje, foi a um deplorável e criticável aproveitamento político de um evento popular, de e para todos, sustentado no espírito competitivo e desportista que sustenta o atletismo. Uma falta de ética e de respeito, seja por TODOS OS OUTROS candidatos e atores políticos,
seja até, pelo próprio desrespeito pela ausência do reconhecimento público do presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, também ele candidato autárquico (no mesmo pé de igualdade pública mediática) e, pior ainda, entidade parceira do evento, não fosse a Maratona da Europa ocupar uma parte significativa do território do Município de Ílhavo, nomeadamente na cidade da Gafanha da Nazaré.)
(atualizado) Reconhecimento do erro desta parte do texto, após publicação de "foto de família" com a presença do autarca de Ílhavo. Lapso meu. As minhas desculpas.

Foi, mais uma vez, a demonstração mais que óbvia (e até já dispensável) de que o candidato do PSD/CDS/PPM à Câmara Municipal de Aveiro não consegue, por si só, e com os seus pares, marcar a diferença, marcar um posicionamento, ter condição e capacidade de liderar uma autarquia, porque continua um vazio político e estratégico gritante, apenas sustentado por estas tristes e reprováveis subserviências partidárias. Sabemos ao que vem e como vem… fica apresentado.

Aos aveirenses… não é por falta de aviso.
Resta-nos, felizmente, Um Futuro Com Todos, para um Aveiro muito melhor, com Alberto Souto.

(crédito da foto: José Neves)

Autor
Miguel Araújo

Miguel Pedro Araújo, proveniente da excelente casta de 1966, nasceu, cresceu e vive em Aveiro, apesar de ter aprendido a falar e a andar em Vagos, nos (quase) três primeiros anos de vida.
Defensor dos direitos humanos, da igualdade de género e da inclusão, concebe o universo pela perspetiva humanista, do socialismo/democracia social e dos valores republicanos da igualdade, liberdade e fraternidade.
Crente, já há alguns (bastantes) anos que perdeu a "fé" na Igreja, apesar do passado seminarista, da equipa diocesana da pastoral juvenil e do progressista Movimento Católico de Estudantes.

Licenciado em Ciências da Comunicação (ISCIA), com especialização (Pós-graduação) em Direito da Comunicação, pela Universidade de Coimbra e, atualmente, mestrando em Políticas Públicas: Governação Local (Universidade de Aveiro).
Percurso profissional: Assessoria de Imprensa e Comunicação.

Apaixonado por jornalismo, política, direitos humanos e participação cívica, foi na rádio que encontrou o primeiro elo com a comunicação. Após cerca de 6 anos de “Rádios Piratas” (Emissora Voz da Bairrada e Rádio Oceano), foi, durante dois anos e meio, colaborador (informação, desporto e programa de autor) da Rádio Terra Nova, nos primeiros passos do projeto no “pós legalização das rádios”.
Blogger desde 2005, com um dos mais antigos blogues aveirenses ainda ativos (Debaixo dos Arcos) é, igualmente, cronista regular no Diário de Aveiro, desde 2006.
Pelo meio, fica ainda o registo dos contributos no jornal "O Aveiro", entre 2008 e 2010, e no Record online, pela mão do jornalista Luís Avelãs, entre 2011 e 2012.