Dá que pensar, a propósito da COP30, o crescente desinteresse sobre as alterações climáticas, apesar do agravamento do problema.

A União Europeia, desde que os cientistas climáticos apresentaram evidencias das desastrosas consequências para o planeta do aumento da temperatura por efeito de estufa, foi líder na apresentação de propostas que mitigassem o problema. Mas infelizmente, nos últimos anos, a guerra na Ucrânia tem concentrado as iniciativas e os gastos dos europeus, pois assumiram garantir apoio ilimitado. Os Estados Unidos, tem uma administração que despreza as alterações climáticas, contribuindo para que as restantes nações e opinião pública, perdessem interesse na defesa do meio ambiente. Os mesmos Estados Unidos que mais incentivaram à resistência dos ucranianos, porque teriam todo o apoio para vencer a injusta guerra, em vez de aceitarem um acordo tido como humilhante, têm agora um presidente que diz a guerra não ser dele, sendo a culpa do seu antecessor, pois não a deveria ter incentivado, deixando agora nos europeus os custos de uma guerra que, ainda por cima, não dá sinais que os esforços estão a valer a pena.

Ao mesmo tempo, que cientistas em saúde fazem consideráveis progressos com inovadoras práticas genéticas e moleculares capazes de perlongarem significativamente o tempo de vida do ser humano, a terra onde se vive está cada vez mais doente e deixada sem tratamento. Os necessários investimentos na saúde do planeta estão a ser desviados para uma desmesurada corrida ao armamento. Para quê vivermos mais tempo, senão teremos onde viver? Dá que pensar.