A Quercus diz que o ano de alívio das medidas de combate à Covid não trouxe ganhos significativos na gestão ambiental.
No balanço a 2022, a associação ambientalista refere que a guerra na Ucrânia impôs a necessidade de mudanças no paradigma da gestão da energia.
Quanto à dimensão local, coloca entre os factos negativos a pouca ação no combate a espécies invasoras como as acácias, a erva-da-pampas ou jacintos de água.
Outros dos temas elencados é a erosão costeira.
A Quercus diz que o ano fica marcado pelo abate de árvores e destruição de vegetação no pinhal de Ovar, construções e movimentos de areia, com o recurso a maquinaria pesada, nas zonas dunares, como se tem verificado nas praias da Barra e Vagueira.
Entende que pouco de tem feito no combate à poluição de recursos hídricos e fala em “falta de transparência” na gestão dos dados da qualidade do ar.
Tema do momento pelas cheias é a impermeabilização dos solos e destruição de áreas verdes.
“Este parece ser um problema recorrente do desenvolvimento urbano em Portugal. O alcatrão, o betão e o cimento são usados excessivamente, impermeabilizando os solos e aumentando drasticamente o risco de cheias em meio urbano”.
A Quercus afirma que a substituição destas árvores por betão traduz-se numa “enorme perda ambiental e mesmo nos casos em que há plantação de novas árvores, o contributo destas é muito mais reduzido e terão de passar muitos anos até que voltem a ter o mesmo impacto das árvores de grande dimensão”.
Tema atual é também a gestão de resíduos pelo aumento das taxas.
A Quercus diz que no distrito de Aveiro “pouco ou nada continua a ser feito de concreto para reduzir a produção de resíduos e melhorar a sua gestão”.
Na lista de factos positivos destaca o controle biológico da Acácia-de-espigas (mosquito/galhas).
Outro dos pontos positivos do ano foi a presença de projetos comunitários relacionados com a gestão de resíduos no orçamento participativo de Aveiro.
Destaca ainda o regresso da chuva que veio retirar a região de Aveiro da situação de seca severa em que se encontrava.
“São também excelentes notícias para a fauna e flora da região, que assim deixa de estar sujeita às consequências da falta de água nos ecossistemas”.
Quanto às perspetivas destaca o desejo de maior envolvimento das populações relativamente ao ambiente, a expetativas de um “cenário de normalidade climática” e maior investimento dos poderes locais na Conservação da Natureza e combate aos diferentes problemas ambientais.
“É fundamental que se abordem as questões ambientais como prioritárias, tanto pela melhoria dos ecossistemas da região, como também para evitar outras consequências associadas, como os riscos para a segurança e saúde das populações e prejuízos para a economia local. Continuar a ignorar os problemas ambientais não é solução. Se nada for feito, as consequências tenderão a ser cada vez mais frequentes e mais gravosas”, refere a Quercus.