O Movimento de Amigos da Ria de Aveiro confirma a tese avançada pela Associação de Pesca Artesanal sobre descargas com efluentes que prejudicam a apanha de bivalves e diz que é necessário ajudar as explorações agrícolas na zona da Murtosa no tratamento desses efluentes.
A denuncia feita pela APARA resulta da proibição de capturas de bivalves pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera na maior área de captura entre a Ponte da Varela, no concelho da Murtosa, e a Barra de Aveiro, a sul.
Segundo a Associação da Pesca Artesanal da Região de Aveiro, não há dúvidas de que os efluentes contaminados provém de “explorações agrícolas de animais bovinos e suínos” instaladas na cabeceira norte da Ria de Aveiro.
Já depois da posição assumida pela APARA também o movimento Maria adianta ter imagens recolhidas no Cais da Ribeira de Pardelhas, no concelho da Murtosa, onde é possível observar a chegada à Ria, através da rede de drenagem de águas pluviais, "de um caudal permanente de efluentes com elevada carga orgânica, proveniente de descargas ilegais" (https://fb.watch/491EgEbq0a/).
A associação dos pescadores exige que o IPMA “ou as entidades que tenham essa competência cuidem de saber a origem” dos atos poluidores, atuando contra quem “procede ilegalmente” e acarreta “gravíssimos problemas a toda a comunidade piscatória”.
Especialistas contactados pelo MARIA admitem que nem todas as explorações operam nas melhores condições e em estrito respeito pela legislação em vigor.
O movimento revela que para além destes problemas, a ausência de estações adequadas de tratamento de efluentes provenientes das agropecuárias, conjugada com uma “deficiente fiscalização” das direções gerais de Alimentação e Veterinária e Agricultura e Desenvolvimento, do Ministério da Agricultura, e das autarquias, entre outras entidades, “conduzem a estas constantes agressões ao meio ambiente”.