Investigadores do Instituto de Materiais de Aveiro criaram superfícies capazes de prender de modo eficaz micropartículas sólidas.

Inspirados nos pelos das abelhas que lhes permitem transportar, de forma robusta, grandes quantidades de grãos de pólen, investigadores do Grupo de Investigação COMPASS do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, Laboratório Associado da Universidade de Aveiro (UA), criaram superfícies capazes de prender de modo eficaz micropartículas sólidas. Estas superfícies cobertas com micropilares flexíveis fixam cerca de cinco vezes mais partículas de fármaco do que emplastros comerciais.

Este trabalho foi publicado na conceituada revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS).

Esta descoberta do grupo liderado por João Mano, professor do Departamento de Química da UA, poderá servir para o desenvolvimento de um conceito completamente novo de membranas para administração transdérmica de fármacos, assim como para outros dispositivos de fixação de partículas com aplicações biotecnológicas, biomédicas e industriais.

A tecnologia é, portanto, basicamente universal, explica o coordenador do projeto, desde que as dimensões das partículas a fixar sejam semelhantes à distância entre os pilares. A fixação é puramente mecânica, e, por isso, clarifica ainda João Mano, independente da constituição química das partículas a aprisionar.

Essas estruturas, diz, foram produzidas com polidimetilsiloxano (silicone). “Escolhemos esse material por ser fácil de o processar com essas formas, ser transparente e elástico, e permitir o controlo das propriedades mecânicas finais do dispositivo, como é o caso da rigidez; no entanto, a tecnologia permite utilizar outros tipos de substâncias, incluindo polímeros biodegradáveis”.

Da equipa de investigadores fazem ainda parte Lúcia Santos, Sofia Silva e Clara Correia.

 

Texto e foto: UA