As escolas podem encerrar e a medida poderá ser válida para todos os graus de ensino.
A Ministra da Saúde admitiu o cenário depois de uma reunião com epidemiologistas no momento em que são cada vez as turmas isoladas e as escolas com dificuldades para manter a atividade.
E nas que funcionam ouvem-se os diretores de agrupamento dizer que escola não é apenas manter porta aberta.
Sem estabilidade não é possível ensino presencial de qualidade e as escolas perderam essa possibilidade.
Eugénia Pinheiro, responsável pelo agrupamento da Gafanha da Nazaré, assumiu uma posição em defesa de ensino presencial se existirem condições mas deixa perceber quer essas condições já se perderam.
“Sou uma defensora do ensino presencial mas não podemos fazer de conta que esta modalidade, só porque as escolas estão abertas, está a ser implementada em pleno. Quando um professor, a cada aula, se confronta com a instabilidade decorrente do elevado número de ausências, quando uma série de turmas fica sem algumas aulas porque os docentes estão em isolamento e a capacidade de substituição foi há muito esgotada, quando os assistentes aperacionais, insuficientes num cenário normal, já não conseguem abarcar os horários de funcionamento e o necessário acompanhamento dos alunos…quando pais, alunos, docentes e não docentes estão, legitimamente, receosos com o aumento de casos positivos, o clima de tranquilidade necessário não pode existir”.
A docente diz que as escolas estão dominadas pela pandemia e que o ensino não tem as condições necessárias.
“Defendo que se salvaguardem situações deveras excecionais e que necessitem de apoio e intervenção direta; mas, de uma vez por todas, haja coragem política de tomar decisões que salvaguardem todos quanto diariamente estão no terreno e todos quantos, diariamente, se relacionam com estes intervenientes. Haja coragem de reconhecer que quem, diariamente, está nas escolas, está absolutamente dominado pela gestão da pandemia. As autoridades de saúde estão igualmente extenuadas e nem sempre conseguem dar-nos respostas.
A função social da escola não é apenas estar aberta, ou estar aberta a todo o custo. Faça-se uma interrupção, reconheça-se que não há condições para provas e outros instrumentos de aferição. Reconheça-se que não estamos a funcionar com normalidade para que possamos, o mais breve possível, retomar fortalecidos e serenos - a bem das nossas comunidades e da qualidade do processo educativo”.
As estruturas sindicais defendem que o confinamento deveria incluir as escolas.
No agrupamento de escolas de Ílhavo, no início da semana, havia 5 docentes, 4 assistentes operacionais e 55 alunos em isolamento profilático.
A direção do agrupamento reportava a existência de uma turma confinada.
A Escola Básica n.º 1 de Ílhavo foi mesmo encerrada na terça-feira por indicação da delegada de saúde na sequência de casos de infeção por SARS-CoV-2 entre os alunos, professores e funcionários.
Fernando Caçoilo admite que o melhor é mesmo fechar as escolas (com áudio).
"Se se quer resolver o problema, é evidente que [as escolas] deviam fechar".