A segunda edição da Festa do Pão de Vale de Ílhavo decorreu no passado fim de semana, no Jardim Henriqueta Maia, no centro de Ílhavo, com a presença de mais de 20 mil pessoas.
Estimativa apresentada pela autarquia em nota de balanço.
Oito padeiras de Vale de Ílhavo produziram milhares de unidades de pão de Vale de Ílhavo, folares com e sem ovos, padas, broas simples e de abóbora.
João Campolargo, presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, explica que o evento superou, mais uma vez, as expectativas.
“Homenageámos as nossas Padeiras e Padeiros, bem como as duas Moagens que continuam em funcionamento em Vale de Ílhavo. Demos palco às Associações daquela localidade, Os Baldas e os Cardadores, à Junta de Freguesia de São Salvador, que promoveu o seu Folhado, e colocámos produtores locais em contacto com as Escolas, promovendo a agricultura e incrementando o comércio e a restauração locais".
O autarca realça a presença de público como confirmação do interesse por este tipo de produtos.
"A afluência quase duplicou e as vendas por unidade de produtos triplicaram. O Jardim Henriqueta Maia ganhou vida com as pessoas, música itinerante e uma Mostra de Artesanato e Velharias. O investimento realizado pela autarquia beneficiou a comunidade”, resume o autarca sem qualquer referência direta às queixas de visitantes que não conseguiram adquirir produtos, de novo esgotados, num certame cada vez mais concorrido.
A única palavra sobre esta questão acentua o esforço de quem esteve no local a produzir e de quem se deslocou a Ílhavo.
" As oito padeiras de Vale de Ílhavo presentes na festa produziram com grande esforço o máximo que puderam. Foram milhares as unidades de Pão de Vale de Ílhavo, entre folares com e sem ovos, de diversos tamanhos, padas e broa simples ou de abóbora, que rapidamente esgotaram, tal foi o entusiasmo do público com origens diversas do nosso país. Regista-se a visita de pessoas que fizeram centenas de quilómetros para visitar a festa. ", diz a autarquia no rescaldo do evento.
Urbino Grave, responsável pela moagem que fornece as farinhas a muitas das padeiras, viveu o certame por dentro e não esconde que continua a ser a paixão pela atividade que guia toda a fileira do pão de Vale de Ílhavo (com áudio)
Paulo Morgado, docente da Universidade de Aveiro ligado à ADERAV, guiou uma visita interpretativa às Azenhas de Vale de Ílhavo e não deixou de notar que Ílhavo tem ligação secular à moagem.
Lembra que num terreno plano e com água em aquíferos subterrâneos a arte de controlar o curso e a força da água sempre foi tarefa complexa.
Deixou palavra sobre a tradição de moagem existente na região e não escondeu que gostaria de ver explorada essa marca com a recriação de alguns espaços, nem quer fosse pelo simbolismo.
Entrevistado pela Terra Nova falou sobre essa tradição com moinhos de água e moinhos de vento (com áudio)