Desde o início da pandemia, morreram 477 idosos em lares portugueses, mais de metade a Norte.
De acordo com a diretora-geral da Saúde, aumentou para 477 o número de mortes em lares, 259 das quais se registaram na região Norte, 138 no Centro, 75 na região de Lisboa e Vale do Tejo, quatro no Algarve e um no Alentejo. O número reflete uma percentagem de cerca de 37% do total de 1184 óbitos. Trata-se uma redução de três pontos percentuais face à atualização anterior (40%).
A poucos dias de as visitas em lares voltarem a ser permitidas, Graça Freitas reforçou, na conferência de imprensa desta quinta-feira, que estas só serão retomadas se estiverem reunidas as condições necessárias, o que dependerá muito da "capacidade de organização dos próprios lares", a nível de espaços, horários e marcações. Sendo esperado que, na segunda-feira, a maioria das instituições esteja reorganizada, outras podem ainda não estar. Além disso, "em lares que ainda estejam com surtos ou com doentes internados com covid-19", e que não tenham capacidade para isolá-los totalmente, a autoridade de saúde pode ainda não considerar seguro que haja visitas.
Quanto a eventuais impactos da primeira fase de desconfinamento na curva epidemiológica, Graça Freitas disse que "ainda não se refletiu nenhuma influência", acrescentando que, embora as medidas de confinamento tenham sido levantadas, "tudo indica que os portugueses mantêm as medidas de segurança".
No entanto, como em algumas regiões do país "o vírus ainda circula bastante" e podem surgir surtos, "é expectável que todos os dias surjam de 200 a 300 novos casos" de infetados, apontou a diretora-geral da Saúde, assegurando que "estamos dentro do expectável para a evolução da epidemia". "Vamos continuar a ter casos e vamos ter de continuar a fazer força sobre a mola", rematou.
A região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta um R (número de pessoas que um infetado contagia) mais elevado que a média nacional. A razão apontada por Graça Freitas prende-se com os surtos que têm sido registados na região, nomeadamente na Azambuja e no Montijo, e não serão resultado dos primeiros dias de desconfinamento ."Não parece que reflita uma movimentação especial do desconfinamento. Temos de aguardar, mas parece controlado".
Portugal é dos países europeus que faz mais testes, 584 mil desde o início da pandemia.
O número de endoscopias altas realizadas desde o início do ano até 8 de maio diminuiu 22% e o de colonoscopias 25%. Por ser "uma área que cruz muito com a área da oncologia", uma vez que serve para detetar lesões oncológicas, está a ser feito um "esforço para recuperar todas no mínimo espaço de tempo", disse António Sales. "Estamos a chamar as pessoas", assegurou, voltando a apelar a que não tenham medo de ir aos hospitais, porque "há equipamento de segurança e fluxos determinados". "É importante que se façam deteções precoces", concluiu.
A taxa de letalidade global da covid-19 continua nos 4,2, mas a taxa relativamente a pessoas com mais de 70 anos subiu para 15,4%.
Há, atualmente, 74 mil profissionais de saúde a fazer vigilância clínica através da plataforma Trace Covid, revelou o secretário de Estado da Saúde, durante a conferência de imprensa desta quinta-feira. A Linha SNS 24, "porta de entrada do SNS", está a receber em média sete mil chamadas por dia, com um tempo de resposta médio inferior a 1 minuto. A linha de acompanhamento psicológica, que conta com 64 psicológicos e está ativa durante 24 horas, para lidar com casos de stress, ansiedade e dificuldades em lidar com o isolamento, já recebeu 9500 chamadas desde que foi criada.
Esta semana, anunciou o secretário de Estado, chegaram a Portugal 4.8 milhões de máscaras cirúrgicas, 220 mil zaragatoas e cerca de 20 mil fatos de proteção, que serão distribuídos consoante as necessidades dos hospitais do país.
Fonte: Lusa