O vereador responsável pelo pelouro da educação na Câmara de Estarreja vê na proposta de descentralização de competências “uma oportunidade para melhorar a qualidade da Educação no Município” mas só admite avançar para um contrato de Educação e Formação Municipal com o Governo “se houver a concordância das Escolas e demais parceiros educativos”. João Alegria reuniu, ontem, com o Conselho Geral do agrupamento de escolas e deixou claro que continuará a auscultar os parceiros, nomeadamente os agentes educativos que trabalham nas Escolas, promovendo “os encontros que se entendam necessários”.
As decisões serão tomadas se a aposta for considerada positiva e o vereador confessa que há aspetos sedutores na proposta em debate. “O que existe hoje é um cardápido do Ministério da Educação que tanto dá para Lisboa, Algarve ou Minho, como para nós, e que não responde aquilo que mais necessitamos. Temos que adequar o ensino ao que o território quer. Estamos a trabalhar no desenvolvimento do eco-parque e uma das questões que os empresários colocam é qual a qualificação da mão de obra que necessitam. Não temos resposta. Há cursos profissionais que não são resposta”.
O responsável pela pasta da Educação aproveitou a reunião para dar a conhecer o ponto de situação do processo, das reuniões de trabalho com os Agrupamentos Escolares e da reunião com a estrutura da administração central, assim como auscultar os Conselhos Gerais dos Agrupamentos do Concelho e com o Conselho Municipal de Educação, parceiros educativos e os órgãos mais representativos das Escolas.
João Alegria liderou o encontro de trabalho e refere que “foi um debate aberto e muito positivo, onde se esclareceram dúvidas e se colocaram questões que necessitam de ser clarificadas no processo seguinte de negociação com o Governo”.
E nessas questões admite que o envelope financeiro é um dos aspetos a levar em linha de conta a par da concordância dos parceiros envolvidos. “Só avançaremos se todos os parceiros estiverem sintonizados. Encontramos aqui um conjunto de mais valias neste projeto-piloto. A questão do financiamento é um assunto que nos tem merecido atenção. O Município não quer um mar de problemas. Queremos esta relação de proximidade e não queremos um buraco financeiro que decorra do projeto”.