A União de Sindicatos de Aveiro celebrou o 1º de Maio e os 47 anos do 25 de Abril com desfile do Largo da Estação da CP e presença no Largo do Rossio, mantendo a tradição.
Na lista de reclamações está a subida do salário mínimo aos 850 euros agora que o Governo tem a meta dos 750 no horizonte até 2023.
Mário Reis, dirigente da Interjovem, lembrou que desde Março de 2020, foram destruídos cerca de 60 mil postos de trabalho ocupados por jovens até 25 anos, sendo estes os mais atingidos pelo desemprego.
“A culpa não é do vírus. É a precariedade. Com a não renovação de contratos a prazo, através de empresas de trabalho temporário e recibos verdes e aproveitando o período experimental alargado para 6 meses aprovado em 2019 pelo governo PS, o patronato usou de todos os mecanismos para despedir trabalhadores e assegurar lucros”.
Adelino Nunes, Coordenador da União dos Sindicatos de Aveiro, saudou os trabalhadores que ao longo do último ano garantiram “serviços e bens imprescindíveis à população, no SNS, na Escola Pública, nas autarquias e nas forças de protecção civil, nas muitas empresas que nunca pararam de trabalhar, na indústria e nos serviços, na agricultura e nas pescas”.
Fez uma saudação especial aos que hoje comemoram o 1º de Maio em luta e os que ao longo do último ano “não se renderam às falsas inevitabilidades, ao medo e a todos os mecanismos que o capital usa para tentar impor piores condições de trabalho que garantam maior acumulação de lucros”.
Terminou, afirmando que os trabalhadores “não abdicam de lutar pela melhoria das condições de trabalho e de vida”.
“É essa a nossa postura em relação ao denominado plano de acção do Pilar dos Direitos Sociais, que vai estar no centro da chamada Cimeira Social da União Europeia".
Nessa cimeira os sindicatos querem os trabalhadores na rua em ação de protesto.
"No dia 8 de Maio, o lugar daqueles que defendem os direitos sociais, dos que exigem uma resposta e um caminho alternativo de defesa da soberania e dos interesses nacionais será na rua, na grande Manifestação Nacional que vamos realizar no Porto, a lutar pelos direitos, por mais emprego, pela produção nacional, pelos salários e os serviços públicos, a lutar por uma Europa dos trabalhadores e dos povos e pela afirmação da soberania”.
No final, foi aprovada uma Resolução, onde os presentes assumiram o compromisso de “intensificar a luta reivindicativa nos seus locais de trabalho em torno das suas reivindicações: o aumento geral dos salários em 90 euros para todos os trabalhadores, a valorização das carreiras e profissões, a fixação dos 850€ a curto prazo para o Salário Mínimo Nacional, o aumento real das pensões, o combate à precariedade, a luta pelas 35 horas e contra a desregulação dos horários de trabalho, a exigência do cumprimento e reposição de direitos, a revogação das normas gravosas da legislação laboral, nomeadamente a caducidade da contratação colectiva e a reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, o reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, a garantia de condições de trabalho, nomeadamente as de saúde e segurança nos locais de trabalho, entre outras”.