Ribau Esteves, Presidente da Câmara de Aveiro, voltou a dizer na reunião pública do Executivo Municipal, realizada esta tarde que "é impensável continuar a suportar um déficit anual de 700 mil euros" com o transporte marítimo para a Freguesia de São Jacinto.
O autarca respondia a uma interpelação do Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de São Jacinto, Carlos Galante, que apareceu na reunião para se queixar dos horários do Ferry Boat. "Afinal, o que pretende fazer?", questionou, dirigindo-se a Ribau Esteves. "Estamos a voltar ao século passado no que diz respeito ao transporte público. Cada vez temos menos transportes e menos horários. Há muita coisa que devia ser muito bem 'alinhavada'. Não há consenso. Não se pode admitir que ao fim-de-semana o primeiro transporte seja às 07h45 quando as pessoas começam a trabalhar às 08h00, isso é impensável. Há estudos feitos que revelam quanto gasta um Ferry enquanto está a trabalhar, sem trabalhar. Esses estudos podem revelar que existe a possibilidade de repor horários antigos, que interessavam à população", disse.
Na resposta, Ribau Esteves prometeu uma reunião com a população e autarcas em São Jacinto, "para breve", adiantando ainda que há Freguesias aveirenses que, em termos de transporte público, estão em pior situação. "Se a Câmara fizesse a vontade à população de São Jacinto teria de triplicar as carreiras. Quero dizer com clareza que temos zonas do município de Aveiro muito pior servidas por transportes públicos. Dessas zonas, chegar a Aveiro, demora três vezes mais do que chegar de São Jacinto ao centro da cidade, sendo a quantidade de transportes oferecido, metade", referiu, adiantando que "às vezes fala-se muito do 'grande problema' de São Jacinto, quando há sítios onde esse problema é três vezes pior", vincou.
A Câmara está a reformular a MoveAveiro, processo que "está a terminar". "Equilibraremos tudo isto, daremos sustentabilidade técnica e financeira ao projeto mas, garanto que os transportes para São Jacinto não continuarão a ter um déficit de 700 mil euros anuais. Não há dinheiro para isso, não é possível continuarmos como estávamos", reforçou.