O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) disse esta quarta-feira que o desconto de 15% nalgumas portagens é "um logro", uma decisão geograficamente "incompreensível".
"A decisão do governo é um logro completo porque 15% não tem qualquer relevância para ninguém. É um exercício de comunicação política que objetivamente não serve para nada, em termos de apoio à economia e ao desenvolvimento do interior e na sua aplicação o critério que usa não é entendível", comentou Ribau Esteves à Lusa.
O Governo anuncia hoje a aplicação de 15% de desconto a todos os veículos que circulem, a partir de 01 de agosto, em algumas autoestradas, vias maioritariamente localizadas no interior do país e no Algarve.
"Não há nenhuma empresa para quem isso seja um contributo minimamente relevante, nem ninguém vai viver para o interior por causa de um descontinho de 15% na portagem", opina o autarca. Apesar disso, Ribau Esteves critica que a A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso seja abrangida, mas apenas entre Albergaria-a-Velha e a fronteira, deixando de fora o troço que serve Aveiro.
Lembrando que Aveiro está numa região de convergência, ao contrário do Algarve, pelos critérios de riqueza, Ribau Esteves, que preside à Câmara de Aveiro diz não entender porque é que não é aplicado o desconto em toda a A25.
"Não há nenhuma objetividade na decisão e ainda por cima, no caso da A25 que começa em Ílhavo, junto à Ponte da Barra, por alma de quem é que o desconto só vigora a partir de Albergaria-a-Velha? Não tem sentido na aplicação geográfica", diz.
Ribau Esteves acusa o Governo de não ter ponderado sequer o fator segurança, na exclusão do troço da A25 entre Aveiro e Albergaria-a-Velha, quando a EN109, a par da EN125 no Algarve são as vias mais perigosas do país.
"É inadmissível que o governo ponha de lado o fator de segurança que é muito grave na EN109 e a grande importância do troço até Albergaria-a-velha é exatamente servir de alternativa a uma estrada horrível, com uma enorme intensidade de tráfego e com problemas muito complexos para quem circula e para quem reside, porque se trata de uma via urbana", criticou.
Texto: Lusa