Aumento de salário mínimo nacional para 1000 euros até 2028 e reformas nos setores da saúde, educação e habitação são apostas do novo líder do Partido Socialista.
Pedro Nuno Santos discursou no encerramento do 24.º Congresso do PS, em Lisboa, e depois de um sábado de críticas ao PSD voltou ao palco no domingo para traçar as linhas de um novo ciclo.
Admitiu evolução nas políticas honrando os últimos anos de governo sem "brincar às reformas".
O sucessor de António Costa admitiu rever as fontes de financiamento da segurança social e, na habitação, uma das pastas que tutelou, pediu tempo, admitindo que aos olhos dos portugueses os 32 mil fogos de habitação que estão lançados até 2026 vão ajudar a dar respostas às famílias em dificuldades.
No mercado do arrendamento, PNS defendeu a definição de um indexante de atualização das rendas que tenha em consideração a evolução dos salários.
As reformas na saúde não foram detalhadas mas o antigo cabeça de lista por Aveiro, natural de São João da Madeira, admite manter mudanças definidas pelo atual governo sem cortes radicais.
Assegura foco na valorização da carreira médica e na modernização de estruturas e equipamentos.
Em mensagem voltada para os empresários, o candidato a Primeiro-Ministro afirma-se empenhado em apostar na economia com maior diversificação e aposta em setores de valor acrescentado.
Anunciou apostas seletivas.
“A política económica portuguesa deve fazer escolhas, isto é, ser mais seletiva. Devemos assumir um desígnio nacional para a próxima década: selecionar um número mais limitado de áreas estratégicas onde concentrar os apoios durante uma década”.
A Luís Montenegro dedicou palavras com crítica à falta de propostas alternativas e falou em “vazio” desde que assumiu a liderança do PSD.
Os partidos da direita aproveitaram o fim de semana para formalizar a criação da coligação “Aliança Democrática”.
Partido Social Democrata, CDS-Partido Popular e Partido Popular Monárquico recriam uma sigla com história em Portugal e que já foi solução de Governo.
O antigo cabeça de lista por Aveiro defende a criação de um “Governo ambicioso, reformista, moderado estável e maioritário”.
A presença de independentes surge como marca da proposta da AD.
“A decisão dos órgãos próprios do PSD, do CDS-PP e do PPM é tomada colocando o interesse nacional acima de tudo e tendo em atenção a realização do bem comum e a necessidade imperiosa e urgente de uma mudança política e de políticas face à oportunidade perdida e aos múltiplos falhanços de mais de 8 anos de governação socialista”.
Montenegro diz que é urgente “travar o empobrecimento de Portugal” e relançar os serviços públicos.
“O caminho socialista parece empenhado em tornar o Estado social num refúgio, de fraca qualidade e difícil acesso, para os portugueses com menores recursos”, acusa a Aliança Democrática citando os exemplos dos setores da habitação e da educação.
No momento em que os dois principais blocos se alinham para as eleições de Março, Montenegro alerta para a reedição de uma nova geringonça.
“A Aliança Democrática propõe-se oferecer aos portugueses uma alternativa ambiciosa, reformista e moderada capaz de gerar uma efetiva Mudança Política e de políticas que coloquem o País entre os melhores da Europa e acima daqueles com que atualmente nos comparamos”.
Os três partidos comprometem-se a apoiar a coligação candidata às eleições regionais dos Açores de fevereiro de 2024, a constituírem listas conjuntas às eleições europeias de 2024 e a apoiarem entendimentos de base local para as eleições autárquicas de 2025.