O Partido Socialista de Ílhavo acentua a vertente social como o elemento que maiores interrogações levanta no Orçamento da autarquia para 2021.
Os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista, Eduardo Conde, Sérgio Lopes e Sara Pinho, votaram contra o Plano e Orçamento para 2021 da Câmara Municipal de Ílhavo, apresentado pela maioria PSD, por considerarem que “as linhas orientadoras da ação da autarquia são insuficientes para responder aos problemas do presente e aos desafios do futuro”.
A abstenção na redução da taxa de IMI é explicada pela defesa de uma redução para a taxa mínima.
Ainda assim assinalam como positiva a redução da participação variável no IRS para 4%, “medida defendida há sete anos pelo PS/Ílhavo”.Os vereadores analisam os documentos como espelho de uma governação “enclausurada” e feita de medidas “pronto a vestir”.
No entendimento dos autarcas do PS, a proposta de Plano e Orçamento para 2021 consolida a constatação de que “esta é uma maioria encerrada em si mesma, sem ideias novas, divorciada dos problemas dos munícipes, incapaz de projetar estrategicamente o desenvolvimento do Município, para além da espuma dos dias e das óbvias políticas de pronto-a-vestir que se adaptam a qualquer realidade sem qualquer ambição de a transformar”.A pandemia é o centro das atenções e o PS diz que as políticas deveriam ajustar-se à evolução da situação social e económica do concelho.
“O esforço exigido às autarquias deve manter-se e ajustar-se às diferentes fases da evolução epidemiológica, com empenho de meios, conciliação de vontades e comunicação próxima e eficiente: na garantia de acesso a equipamentos de proteção individual por parte das diversas organizações e da população em geral; na sensibilização permanente para os comportamentos de prevenção sanitária; na preparação dos espaços públicos para o cumprimento das regras sanitárias”.
Os socialistas dizem é que é necessário fazer mais e entendem que os sinais que ficam é de fazer o “mínimo exigível”.
A defesa do investimento nas associações locais, a implementação de respostas novas e ajustadas à singularidade do contexto e o apoio ao comércio e restantes agentes económicos, prolongando e aprofundando as medidas excecionais para lá de 2020, são definidas como parcelas de um necessário “plano de recuperação” para pequenas e médias empresas.
Ainda assim, o principal partido da oposição assume que há medidas válidas mas insuficientes.
Como temas de fundo, à margem da situação pandémica, o PS continua a reclamar um lugar central nas políticas públicas para a Ria de Aveiro que sendo o “mais significativo património natural do concelho”, persiste, segundo o PS, “esquecida das prioridades da Câmara, desaproveitado todo o seu potencial turístico, cultural e económico”.
O ritmo da rede de saneamento, a falta de infraestruturas desportivas, a saúde animal, o sistema de mobilidade considerado “obsoleto face às necessidades quotidianas das populações” e o arranque do debate sobre a requalificação do centro urbano da Gafanha da Nazaré são áreas de intervenção que o PS gostaria de ver como pilares do Plano.
Nota negativa da oposição para o ritmo da descentralização de competências.
Diz que há áreas prioritárias que seguem com atraso.
“A isto somam a falta de vontade manifestada pela maioria PSD em fazer mais pelo concelho, recusando mais competências em áreas centrais para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes, como a Ação Social, a Saúde, a Proteção e Saúde Animal, a Justiça, entre outras. São estas algumas das preocupações prementes para as quais continuam os munícipes de Ílhavo sem encontrar respostas efetivas nas prioridades definidas pela maioria PSD. O PS entende que o ano de 2021 persistirá tempo perdido”.