O Partido Socialista de Ílhavo afirma que não há nada de novo no arranque do segundo mandato autárquico de Fernando Caçoilo.
O ritmo de construção da rede de saneamento, a relação com a ria de Aveiro, o aprofundamento do papel da Câmara na garantia de igualdade de oportunidades e de sucesso na frequência do sistema de ensino, o nível de apoio às associações, nomeadamente as de índole social e a gestão do território são alvo de nota negativa por parte do PS.
A saída do PAEL foi comentada pelo PS que vê na recuperação financeira mérito da população e uma herança pesada que fica de vários anos de Governação Social Democrata.
“Muitas são as áreas em que este ano se mostrou como tempo perdido para o desenvolvimento do Município de Ílhavo. E se este ano marca o fim dos constrangimentos financeiros a que Câmara estava sujeita pela adesão ao PAEL, programa de saneamento financeiro para pagamento de cerca de 10 milhões de euros de dívida a fornecedores que esta Maioria contraiu ao longo de longos anos de irresponsabilidade, esse esforço deve-se fundamentalmente aos Munícipes que se viram anualmente espoliados pelo pagamento de avultados valores em sede de taxas e impostos municipais, designadamente através do IMI, cuja receita mais que duplicou ao longo dos últimos cinco anos”.
Os socialistas defendem que a não hipoteca das gerações futuras passa por “repor a justiça na relação fiscal com as famílias, promovendo um justo equilíbrio entre a concretização dos anseios da população e o esforço financeiro que exige a cada família”. “Os valores de taxas e impostos municipais que a Câmara cobra estão bem longe desse justo equilíbrio”.
Os socialistas preparam já análise do orçamento para 2019 exigindo à maioria a redução das taxas de IMI e de participação variável do IRS.
Na análise ao primeiro ano depois da reeleição, a concelhia PS reserva para a vivência da democracia algumas das principais críticas. Diz que não se dá a valorização do papel das oposições nem a capacidade de diálogo necessária para mobilizar os eleitores.
“Em democracia não há Poder sem Oposição, não há papéis secundários, todos contam e o PS continuará a cumprir o seu importante papel de liderança da Oposição, através da fiscalização rigorosa da atividade municipal, da crítica acompanhada de apresentação de alternativa, mesmo ultrapassando os frequentes obstáculos colocados pelo PSD no acesso à informação e na apresentação de propostas. Assim seguiremos, como até aqui, em todos os órgãos autárquicos, no Município e nas Freguesias”.
Aponta ainda o dedo à ausência de implementação do Orçamento Participativo e de instalação do Conselho Municipal de Juventude. “Ambas as medidas constam do programa eleitoral do PSD e serviam de bandeira para uma pretensa renovação nas políticas acompanhada da renovação nos protagonistas, mas um ano volvido, medidas de urgente implementação continuam na gaveta”.
Um ano depois da reeleição, o principal partido da oposição revela que continua a falar uma “visão de inovação e renovação” e uma vivência democrática mais aberta.
“A verdade é que, como no passado, o presente mandato autárquico não oferece nada de novo da parte da maioria PSD, no que diz respeito à relação com posições diversas, ao diálogo com as forças vivas do concelho, ao estabelecimento de mecanismos de reforço da participação cívica e política dos Munícipes”.