Ílhavo: Autarquia e Assembleia Municipal concluem que mandato permitiu "reforço da democracia".

Mensagens de reconhecimento pelo mandato e balanços com elogios ao "fortalecimento da democracia".

A Assembleia Municipal de Ílhavo despediu-se, ontem, em clima de “paz” na sua última sessão dos quatro anos de mandato com mensagens de João Campolargo, presidente da CMI, e de Paulo Pinto Pinto Santos, presidente da AMI.

Os autarcas que em momentos do mandato protagonizaram troca de palavras sobre a forma como o órgão vinha sendo gerido e pela forma como a autarquia se relacionava com a Assembleia terminaram com mensagens de reconhecimento e consciência do “dever cumprido”.

Ambos concordam que foi um tempo desafiante e de envolvimento num quadro político a que Ílhavo não estava habituado, com maioria relativa na Câmara e em minoria na Assembleia.

O presidente da Câmara que chegou a ser acusado de “desrespeito” fala em “respeito institucional” num tempo “exigente e desafiante” enquanto “oportunidade para reforçar a essência da democracia”.

João Campolargo diz que o “respeito institucional” esteve presente com disponibilidade para o “diálogo e transparência” no apoio a “projetos e propostas da Assembleia”.

“Nestes quatro anos, vivemos um quadro político exigente, fruto da ausência de maioria na Câmara e, nomeadamente, nesta Assembleia Municipal. Essa condição desafiou-nos, obrigou-nos a mais diálogo, a um maior rigor, transparência e clareza nos atos e decisões e a mais proximidade. Foi, no entanto, uma oportunidade para reforçar a essência da democracia: o confronto saudável de ideias, o exercício do compromisso e a procura de consensos em nome do interesse superior do Município de Ílhavo”.

João Campolargo destaca a aprovação de todos os Orçamentos, Relatórios de Gestão e Contas, das políticas de Habitação, Educação, Ação Social e do reforço do Associativismo Local como “prova clara de que o trabalho intenso, rigoroso e transparente consegue superar as dificuldades políticas conjunturais”.

Quanto às polémicas deixa de lado os momentos tensos para falar de “respeito institucional” (com áudio).

Aos deputados deixou elogio e agradecimento pela intervenção.

“Agradeço-vos a seriedade com que acolheram e analisaram as propostas trazidas a este espaço. Apesar das diferenças políticas e das naturais divergências, o trabalho coletivo que realizámos foi, acima de tudo, um serviço prestado a Ílhavo e aos ilhavenses, dignificando este Órgão que, por tradição e convicção, apelidamos de Casa da Democracia”.

Numa Assembleia em que autarcas de freguesia chegaram a manifestar desconforto e desagrado, João Campolargo despediu-se com “saudação especial”.

“A vossa ação, próxima das pessoas e atenta às suas preocupações, foi decisiva para reforçar o papel do Poder Local. Um cumprimento particular àqueles que agora concluem o seu ciclo autárquico e não se podem recandidatar: a todos, o meu respeito pelo modo empenhado como defenderam as vossas gentes, representaram as vossas freguesias e mantiveram uma relação leal, aberta e direta com este Executivo”.

Para os cidadãos que acompanharam e participaram em assembleias elogiou essa presença.

“Este ciclo chega ao fim com a consciência do dever cumprido e com o orgulho de termos contribuído para um Município mais coeso, mais participado e mais próximo das suas gentes”.

Paulo Pinto Santos também seguiu para o púlpito e assumiu o “momento de balanço” com “reconhecimento de renovada esperança no futuro da nossa terra”.

O presidente da Mesa, constituída por dois membros eleitos pelo PSD (Paulo Pinto e Irene Ribau) e um dos PS (Pedro Tróia), explica que procurou que o fórum fosse “espaço fosse fiel à sua missão de representar com dignidade dos cidadãos, fiscalizar a ação do executivo e garantir que o debate democrático fosse plural, livre e responsável”.

Paulo Pinto defende que geriu um espaço plural em que “vozes e opiniões foram ouvidas”.

O elogio foi partilhado com os diferentes membros da Mesa e funcionários de apoio.

“Palavra justa para a Mesa da Assembleia com quem partilhei responsabilidades e decisões que exigiram ponderação e equilíbrio”.

Mensagem de reconhecimento foi dirigida, ainda, aos cidadãos que acompanharam os trabalhos.

“A proximidade e a transparência não são apenas palavras mas compromissos que quisemos concretizar a reforçar”.

Apesar de alguns tensões no início e em momentos pontuais do mandato e de críticas do movimento independente, Paulo Pinto fecha o mandato com a certeza de que a democracia saiu fortalecida.

Entende que a divergência é, também, momento constitutivo (com áudio).

“Este momento não é apenas de despedida. É de confiança nas instituições locais, na vitalidade da comunidade e no futuro que construiremos.

“Desempenhar este cargo foi uma honra que levarei para sempre. Procurei exercê-lo com equilíbrio, imparcialidade e dedicação ao interesse público”.