A Mesa da Assembleia Municipal de Ílhavo reage à tomada de posição do movimento “Unir para Fazer”, que se demarcou do seminário sobre o futuro do poder local, e acusa o presidente da Câmara de Ílhavo de ter demonstrado pouca abertura para a organização do evento.
Recusa as acusações de ter assumido esta iniciativa como ferramenta de “agenda político-partidária, eleitoralista ou de concorrência partidária” e diz que vai continuar a desenvolver ações que aproximem a comunidade da democracia e dos eleitos.
Recorrendo ao mesmo método utilizado pelo movimento independente, em carta enviada ao líder do Grupo Municipal do Movimento Unir para Fazer e com conhecimento aos meios de comunicação, Paulo Pinto Santos diz que o movimento faz “aproveitamento político” deste caso ao utilizar a figura da carta aberta.
Perante as acusações de falta de envolvimento de todos os grupos municipais na organização e do afastamento do presidente da Câmara do painel de oradores, o presidente da Assembleia Municipal esclarece que partilhou a intenção de realização do evento com João Campolargo a 10 de dezembro e que propôs, nessa altura, a data de 13 de Janeiro e o Teatro da Vista Alegre como palco.
Assume ter manifestado “toda a abertura” para que a “Câmara Municipal fosse entidade parceira organizadora do evento”, sendo, ainda, referido “espaço de intervenção do Sr. Presidente da Câmara”.
Paulo Pinto Santos revela que João Campolargo empurrou a organização para o Salão Nobre enquanto “espaço” da Assembleia Municipal mas a ideia não terá vingado por falta de condições.
“Até para a própria realização dos plenários deixa muitas reservas. Fica aqui demonstrado, mais uma vez, onde existe o desrespeito institucional”.
Os canais de comunicação entre as partes parecem não funcionar e os problemas terão começado logo no agendamento de uma reunião para definir os pormenores da organização.
A Mesa da AMI explica que esse agendamento falhou depois de algumas tentativas de acerto.
Falhou uma proposta da câmara para que a conversa pudesse acontecer a 3 de Janeiro antes da Assembleia Municipal Jovem.
Paulo Pinto Santos considera que logo aí ficou percetível a falta de abertura uma vez que se trava de uma data tardia para preparar o evento e num horário pouco “exequível”, a meia hora da AMJ.
As posições de distanciamento terão ficado ainda mais expostas no momento em que a Presidência terá sugerido a reunião na segunda semana de janeiro, a dias da data prevista para o seminário.
“Ora, esta situação tornou-se, sem qualquer responsabilidade da Mesa da Assembleia, perfeitamente inaceitável. Como foi comunicado aos líderes dos Grupos Municipais, tendo a Mesa acolhido toda a abertura por parte do Sr. Presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, a Mesa aceitou essa disponibilidade”.
Paulo Pinto Santos fecha a comunicação deixando claro que espera o acolhimento dos restantes grupos municipais, dos autarcas e ex autarcas, da comunidade e das concelhias políticas com assento na Assembleia Municipal para o encontro deste sábado na Gafanha da Nazaré.