O PS de Estarreja dirigiu à Comissão Nacional de Eleições uma denúncia contra a Câmara de Estarreja por considerar que a edição nº 44 do Boletim Municipal aproveita o momento eleitoral para fazer campanha em nome da maioria. Fala em “espiral festivaleira de generosidade” que “aumentou, exponencialmente, o montante dos apoios a tudo e a todos”.
A candidatura liderada por Catarina Rorigues fala de conteúdo em jeito de “auto elogio permanente”, desenhando uma “realidade paradisíaca que o comum habitante deste município desconhece” transformando o Boletim em “manifesto eleitoral”.
“A candidatura do Partido Socialista de Estarreja vem publicamente manifestar a sua mais veemente indignação pela, vergonhosa e completamente sem escrúpulos, utilização de dinheiros públicos para, a coligação no poder há mais de 16 anos, fazer campanha política”.
Na análise feita pela candidatura socialista é referido que a tiragem de 11500 exemplares é quase o dobro do habitual e que os serviços da Câmara, nomeadamente o Gabinete de Comunicação, são funcionários pagos através do orçamento da Câmara Municipal de Estarreja.
Fala em conteúdos seletivos e diz que esquece outros que podem ser relevantes para a análise dos eleitores.
“Infelizmente não se diz neste boletim que esta Câmara sem ideias e sem estratégia pagou 76 875,00€ à empresa OPIUM para pensar o Carnaval de Estarreja; pagou 73 800,00€ à Sociedade Portuguesa da Inovação para desenvolver o Plano Estratégico do Município (que ainda nem foi aprovado pela Assembleia Muncipal); pagou 24 600,00€ à Universidade Católica para elaboração do projeto educativo municipal; paga 3 075,00€/mês a um prestador de serviços, um consultor, para o Ecoparque que tem cada vez mais empresas de trabalho precário e mal remunerado; paga a uma empresa (Mistaker Maker) 73 431,00€ para produzir e prestar serviços de curadoria do ESTAU – Festival de Arte Urbana”.
A candidatura aproveitou a tomada de posição para questionar o investimento de 1,9 milhão euros no que diz ser a “obra do regime”, o novo Mercado Municipal, esquecendo a construção de uma escola nova para Avanca.
“Também se esquecem de referir que foi com este Presidente e com este executivo que perdemos o nosso Hospital e que foi graças a eles que chegámos à triste situação em que nos encontramos hoje, relativamente aos cuidados de saúde e emergência mais básica – se precisarmos de fazer um simples raio X temos que ir para Aveiro”.