A deputada do PSD Carla Madureira deu esta sexta-feira as unidades de saúde do concelho de Ovar como exemplo paradigmático das dificuldades sentidas no regresso à atividade assistencial no período pós-desconfinamento. Numa audição ao secretário de Estado da Saúde, a parlamentar social democrata manifestou desejo de que o orçamento suplementar contemple as intervenções necessárias para adaptar os edifícios das unidades de saúde às normas e orientações da DGS.
“Estamos a falar de serviços de proximidade fundamentais para as populações, que não poderão permanecer indefinidamente encerrados, sob pena de ficar comprometido irreversivelmente o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde” – vincou Carla Madureira na audição ao governante, notando haver municípios “onde assistimos a um verdadeiro esvaziamento da prestação de serviços de saúde”.
Em causa, o facto de, ao retomarem, de forma gradual, a atividade assistencial, as unidades de saúde estejam obrigadas a assegurar o cumprimento rigoroso das normas e orientações da DGS em termos de segurança para utentes e profissionais. Carla Madureira deu o “exemplo paradigmático de Ovar”, um município com mais de 55 mil habitantes, onde “neste período encerraram – e não sabemos quando e se voltarão a abrir – o polo de Arada da USF Laços, o polo do Furadouro da USF João Semana e o polo de S. Vicente de Pereira da USF Alpha”.
A parlamentar aveirense recordou que antes do surto epidemiológico já tinha sido encerrado o polo de Maceda da USF Laços. “Como se não bastasse, neste concelho com um hospital que já não tem serviço de urgência, reduziu-se agora, também, o horário do serviço de consulta aberta no centro de saúde que antes funcionava até às 24 horas. Consequência disso, as farmácias de Ovar deixaram de assegurar o serviço noturno” – atirou Carla Madureira.
Na interpelação ao secretário de Estado, Carla Madureira quis assegurar que estão acauteladas no orçamento suplementar as intervenções necessárias para adaptar os edifícios das unidades de saúde às normas e orientações da DGS. A deputada aveirense instou o governante a pronunciar-se sobre se está o governo em condições de garantir que esta situação apresentada como transitória não tornar-se-á definitiva e para quando se perspetiva a reabertura destas unidades que viram suspensa a sua atividade de forma a responder ao surto epidemiológico.
“Para além das dificuldades na gestão de recursos humanos, em vários agrupamentos de centros de saúde do país, temos unidades que precisam de sofrer obras de adaptação para poderem garantir os protocolos de segurança, por exemplo, ao nível dos circuitos de utentes e profissionais e do distanciamento social” – concluiu Carla Madureira, lamentando que o Programa de Estabilização Económica e Social que este orçamento suplementar acomoda refira o reforço do Serviço Nacional de Saúde e da melhoria do acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde esquecendo os cuidados de saúde primários.