Um conjunto de 'milionários' organizaram uma concentração em Aveiro para "agradecer ao Governo de Passos Coelho e Paulo Portas".
Nesta manifestação "ouviram-se algumas opiniões de milionários que exigiam a antecipação do ano de 2015, porque aí terão mais benefícios nos impostos", pode ler-se num Comunicado de Imprensa do Bloco de Esquerda (BE). Lembraram que “se 2014 já foi um bom ano para os milionários, com este Governo 2015 só promete ser melhor. As nossas fortunas pagarão menos impostos, as nossas empresas pagarão menos IRC e os nossos fundos imobiliários continuarão a ter isenções. Este é um bom Governo para os milionários”.
Quando lhes perguntaram se não se preocupavam pelo aumento da desigualdade no país, a resposta foi clara. “É fácil em Portugal não pagar impostos, basta ser milionário. Este é um país para ricos. Os pobres têm de se habituar, aguentem”. Entre as palavras de ordem com que brindavam a população, podia-se registar “2015 já, menos impostos para os ricos já”, “Passos e Portas a mandar, para as nossas fortunas aumentar” e ainda “Viva o Governo das privatizações, assim ganhamos mais milhões”.
O BE, que ironizou com esta sátira, disse que este Governo só pode mesmo ser apoiado pelos milionários, porque "são eles os beneficiários destas políticas".
Pedro Filipe Soares afirmou que “só mesmo um genuíno sentido de gratidão dos milionários os fez sair neste dia frio de Inverno. Quando Pedro Passos Coelho afirmou que em 2015 teremos o dissipar das nuvens negras, os únicos que saíram à rua a festejar foram os milionários, agradecendo o Orçamento de Estado para 2015 e a descida de IRC”.
O BE lembrou "o aumento das desigualdades e como os impostos aumentaram brutalmente para quem trabalha desde o início do mandato deste Governo. Em 2015, a receita de IRS será superior em mais de 30 por cento à receita deste imposto em 2011. O Orçamento de Estado para 2015 agrava as desigualdades e beneficia quem já é mais favorecido atualmente: os ricos".
Pedro Filipe Soares recordou que “o BE propôs a criação de um imposto sobre as fortunas, exigindo o fim da fuga aos impostos de quem mais tem. É possível um política mais justa, que defenda as pessoas e que ataque os privilégios”.