João Moniz, investigador universitário, está preparado para continuar a liderar a concelhia de Aveiro do BE.
O coordenador lidera a única lista a sufrágio no processo eleitoral interno que assegura “políticas de continuidade”.
Apresenta-se com a moção “A esquerda com resposta à inflação”.
Na lista contam-se os nomes dos dirigentes, autarcas e habituais porta vozes do Partido em Aveiro.
Celme Tavares, Ivo Angélico, Jerónimo Dias, Rita Baptista, Nuno Penas, Virgínia Matos, Sónia Gamelas, António Monteiro, Eduardo Antunes, Ana Mingatos e Nelson Peralta são alguns dos elementos que compõem a lista.
A lista diz ter conseguido nas autárquicas, em Aveiro, para a Assembleia Municipal, 8,42% dos votos, o terceiro resultado mais alto do Bloco no país.
“No contexto nacional adverso destas eleições para o Bloco de Esquerda, os resultados em Aveiro foram bastante robustos e deixam uma base sólida para todo o trabalho futuro do partido e para as eleições autárquicas de 2025”.
Na leitura sobre os resultados, o BE culpa o PS pela subida da direita.
Diz que tal foi possível “com o colapso da candidatura errática PS/PAN, que adotou uma linha populista e justicialista, com mais ataques ao caráter e à morada fiscal do presidente de câmara do que na apresentação de ideias alternativas, o que apenas facilitou a campanha do PSD/CDS”.
O BE diz que o PS acabou por destruir o movimento contra o estacionamento subterrâneo no Rossio e adivinha a chegada de um novo partido à cena política.
“Sem surpresas, um dos seus principais rostos está a aproveitar a promoção da candidatura para criar um novo partido de ataque à democracia. É esta a herança que a candidatura PS/PAN deixa em Aveiro”.
Quanto ao futuro, anuncia que vai manter bandeiras da habitação a preços controlados; constituição de um serviço público de ação social; transportes públicos intermunicipais; tarifas sociais na água e resíduos e um concelho preparado para as alterações climáticas.
A única lista a sufrágio não foge ao tema das divergências internas e diz que os opositores não vão a votos.
“De notar que o pequeno espaço que se reclama de oposição interna escolheu não integrar as listas, recusou participar na campanha ou anunciou não votar na candidatura. Estas decisões colocam em evidência que esse espaço não se assume como alternativa. Não estão em causa práticas e ideias diferentes, mas sim o objetivo de causar dificuldades e sabotar o trabalho do Bloco de Esquerda no concelho. 2 – As eleições legislativas e o regresso do PS que corta 2.1 – O Bloco de Esquerda obteve um resultado negativo bastante pesado nas eleições legislativas de 2022. É necessário redobrar o trabalho para alargar a confiança popular no partido”.
No país, o BE vê o fim do mito do “autoproclamado orçamento mais à esquerda de sempre”, a realidade das “dificuldades do serviço nacional de saúde e da generalidade dos serviços públicos, do aumento galopante do preço da habitação, da perda salarial, do corte de pensões e da incapacidade de responder à crise”.
O discurso de António Costa é outra das referências na Moção que recusa o quadro de medo.
“Na campanha e agora no início do mandato, o PS ensaia, em Portugal, a tática de Macron. Tenta imprimir o medo para reduzir as escolhas entre o PS que corta e a barbárie de um governo da direita com a sua extrema. Assim, o PS evita responder pelo desastre das suas políticas e limita-se a apontar para cenários ainda piores. Esta tática nega a própria essência da democracia como campo de escolhas e de alternativas e, como em França, promove o partido da política de ódio”.
O combate à crise e à inflação centram atenções com os candidatos do BE a pedir mais do que “medidas ilusórias”.
“Enquanto anuncia um pacote de medidas de ilusionismo, que no seu conjunto é inferior ao aumento extraordinário da receita de IVA resultante da inflação, o governo recusa aumentar salários e avançar com a tributação de lucros excessivos. O malabarismo do PS chegou ao ponto de apresentar um imenso corte nas pensões como se de um aumento se tratasse”.