Mais de um milhão de portugueses em lay-off e mais de 375 mil trabalhadores desempregados deixam a CGTP preocupada com o futuro dos trabalhadores temendo que possam vir a ser penalizados pela crise económica com a repetição de um eventual modelo de austeridade.
A União de Sindicatos de Aveiro assinala a perda de rendimento e “um conjunto de tropelias dos patrões” como a justificação da pandemia para alterar horários, férias e polivalência.
E tece críticas a modelos de apoio, como o lay-off, que beneficiam quem, por vezes, não necessita (com áudio).
“Muitas dessas empresas eram empresas que não tinham necessidade. Prejudicam os trabalhadores e atiram para a segurança social a responsabilidade que é sua. O problema é que na nossa opinião as medidas do Governo sendo aparentemente positivas não controlam apoios e há empresas sem necessidade que absorvem todas as verbas disponíveis. E as PME não chegam lá. A Lay-off não é assim tão simplificada. Não sei porque foi feito dessa forma mas até dá a ideia de ter sido feito à medida das grandes empresas com capacidade para responder a essa exigência de responder à burocracia”.
Adelino Nunes aproveita o palco do Rossio para deixar uma palavra ao Governo sobre qualquer deriva austeritária (com áudio).
“Creio que seria a pior medida do Governo repetir as medidas de austeridade que só serviram para empobrecer os trabalhadores. Isso até 2015 não ajudou a economia a crescer”.
O aviso segue acompanhado de exemplos que os dirigentes sindicais não querem ver repetidos.
“Dizemos que não podem voltar a ser os trabalhadores a pagar outra vez os vírus. Foi a banca e foi a TAP na confirmação de que a gestão privada não é melhor que a pública. Os trabalhadores da saúde foram acusados de gordura do Estado e agora não vemos a área privada a resolver o problema da pandemia. Além de saudar esses trabalhadores exigimos o reforço do financiamento do SNS em verbas e meios humanos e materiais”.
A União de Sindicatos saiu à rua em Aveiro e assinalou o Dia do Trabalhador com uma palavra de saudação aos trabalhadores e de estímulo para que o país valorize a produção nacional (com áudio).
“Temos de criar condições para que as empresas que trabalham para o mercado interno tenham para quem vender. As grandes empresas são uma pequena percentagem comparadas com as PME. A exportação não deve ser descurada mas precisamos de uma economia que valorize a produção nacional e menos dependente”.