A Universidade de Aveiro acolherá no próximo dia 18 de Fevereiro o I Meeting Empresarial de Conservação e Restauração.
Iniciativa que tem como fim a contribuição para a defesa e promoção da Conservação e Restauro, o reconhecimento público da sua função patrimonial e cultural, e o zelo pela dignidade e prestígio da profissão do Conservador-restaurador, promovendo a valorização profissional e a defesa dos seus princípios deontológicos e éticos.
Esta reunião de trabalho será a primeira oportunidade para o encontro de empresas do setor e para a discussão de problemas e pontos de interesse comum, procurando chegar a conclusões e tomar algumas medidas que tenham por objetivo a melhoria da prática da conservação e restauro em geral, e das empresas do setor em particular.
O património está em risco, com “restauros” feitos por “amadores” escolhidos pelo preço mais baixo, denunciam empresas especializadas que se reúnem a 18 de fevereiro em Aveiro para discutir os problemas do setor.
A crise no imobiliário tem levado as empresas de construção civil a procurarem “nichos” de mercado para sobreviver e a reabilitação do património é vista como “tábua de salvação”.
O problema, dizem os especialistas, é que não estão qualificadas para o fazer e os erros sucedem-se, comprometendo a preservação do património.
“Tem havido vários casos de reabilitações mal feitas. Muitas vezes o único critério dos concursos é o preço mais baixo e quando esse é o único critério toda a gente pode concorrer e fazer o que quer”, observa Carlos Costa, um dos organizadores do I Meeting Empresarial de Conservação e Restauro, que decorre a 18 de fevereiro na Universidade de Aveiro.
Trata-se da primeira reunião que vai sentar à mesma mesa responsáveis e técnicos das cerca de 60 empresas especializadas do país, em que a questão será discutida, e deverão produzir um documento para fazer chegar às entidades com poder de decisão nas obras de conservação e restauro e na contratação pública.
Carlos Costa refere que “há todo um património integrado e património móvel, como os altares, os azulejos, e todo o recheio dos imóveis que não está protegido”, em termos de qualificação das empresas.
“Estamos a falar do património histórico e artístico que obriga ao respeito pelas técnicas construtivas e materiais que eram utilizados na época e há incompatibilidades com materiais que são atualmente usados na construção civil que são ignoradas”, exemplifica.
A escolha da Universidade de Aveiro para a realização do encontro deve-se à localização, dado que é no norte e centro do país que está a maioria das empresas especializadas, e ao facto daquela universidade ter criado recentemente um curso para formar profissionais na área da reabilitação.
São objetivos do I Meeting Empresarial de Conservação e Restauro “contribuir para a defesa e promoção da Conservação e Restauro, o reconhecimento público da sua função patrimonial e cultural, e o zelo pela dignidade e prestígio da profissão do conservador-restaurador, promovendo a valorização profissional e a defesa dos seus princípios deontológicos e éticos”.
Texto: Lusa